MP pede retirada de vídeos de youtubers mirins com ‘publicidade velada’
Na visão da promotoria, a partir dos vídeos, empresas estariam burlando a lei e fazendo propaganda infantil abusiva
Na semana passado, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu à Justiça que o Google, detentor do YouTube, tire do ar 102 vídeos de sete youtubers mirins envolvendo 15 empresas, como Mattel, Cartoon Network e a maior operadora do McDonald’s no Brasil. Na visão da promotoria, a partir dos vídeos, empresas estariam burlando a lei e fazendo propaganda infantil abusiva, estimulando o consumo no público considerado vulnerável.
Na maior parte dos vídeos, as crianças e adolescentes aparecem abrindo embalagens de produtos e mostrando detalhes para o público. Alguns dos vídeos, são contratados diretamente por empresas de itens voltados ao público infantil sem que exista a correta sinalização de que é um conteúdo pago, conforme o MPSP. O inquérito foi instaurado após denúncia da ONG Instituto Alana, que atua em defesa do direito das crianças.
Uma série de vídeos investigada foi postada no canal da adolescente Julia Silva, 13 anos, em 2012. Patrocinados pela fabricante de brinquedos Mattel, nos vídeos a menina aparece brincando com itens da empresa e propõe desafios valendo prêmios para as crianças que compõem seu público.
“A informação de que se trata de promoção paga e de que o patrocínio da campanha era daquela empresa aparecem de forma não destacada”, destacou na petição o promotor Eduardo Dias de Souza Ferreira. Segundo o documento, o público está sendo alvo de “publicidade disfarçada de programação de entretenimento”.
No caso de Julia, os pais da menina alegam que houve sinalização de que tratava-se de conteúdo publicitário, que representa fatia pequena dos vídeos postados por ela. Segundo eles disseram ao jornal O Estado de S. Paulo, a maior parte dos vídeos são de conteúdo editorial. Na campanha da Mattel, para participar da promoção, era necessário contar com a anuência dos responsáveis.