No YouTube, o canal Bel para Meninas teve todos os vídeos, em que mostravam a garota, com agora 13 anos, deletados por seus pais, Maurício e Francinete Peres Madaglena. O motivo que levou as publicações a serem apagadas foi uma decisão judicial. “Vamos privar todos os vídeos que elas aparecem, não vamos excluir nada até porque é a nossa vida, mas estará disponível para qualquer autoridade que queira ver e ter acesso a isso”, explicaram os responsáveis. Por conta de denúncias de exposição vexatória e constrangimento à menina, o caso, que segue em segredo de justiça, é acompanhado pelo Ministério Público.
As imposições e humilhações que Bel passava em alguns dos 4.000 vídeos, que estavam no canal há oito anos, fizeram com que a hashtag #SalveBelParaMeninas ficasse nos assuntos mais comentados do Twitter e ganhasse repercussão também em telejornais. Além de não poder escolher suas próprias coisas, como a mochila que usaria na escola, já que a mãe, Francinete, ressaltava nos vídeos que o público é que deveria decidir, as denúncias dos seguidores também alertavam para o fato de que Bel era infantilizada pela mãe, como forma de garantir o controle sobre a menina nas situações constrangedoras.
Na última quarta-feira, 27, os pais da menina usaram o canal para compartilhar o posicionamento deles diante das acusações. “Se algum vídeo pareceu ruim ou infeliz, não foi a nossa intenção. Se publicamos, foi porque não vimos maldade de nada. Eu nunca bati nas minhas filhas, nunca coloquei minhas filhas de castigo. As minhas filhas conheceram a agressão com essa campanha covarde”, explicou Francinete. Já Maurício, pai de Bel, comentou: “Do dia para a noite, vimos nossa vida desmoronou por conta de fake news”, justificou.
Além de Bel, o casal também é pai de Nina, 5 anos, que aparece nas publicações ao lado da irmã. O intuito do canal quando foi lançado era apresentar formas diferentes de arrumar o cabelo da irmã mais velha da família. Porém, com o grande engajamento dos vídeos, que atinge mais de 20 milhões de inscritos somando os canais de todos os integrantes da família, os responsáveis passaram a lucrar com campanhas publicitárias nos conteúdos.
Em tempos de isolamento, não se cobre tanto a ser produtiva: