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Médica é impedida de embarcar em avião por causa de macacão

Ela foi obrigada a se cobrir com um cobertor para subir no voo e vê racismo na atitude da companhia aérea

Por Da Redação
Atualizado em 17 fev 2020, 15h52 - Publicado em 12 jul 2019, 11h42
Mulher é impedida de subir em vôo por conta de sua roupa
Os comissários de bordo falaram que Rowe só subiria no vôo se cobrisse seu macacão (Arquivo Pessoal/Reprodução)
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Uma mulher alega ter sido humilhada pela American Airlines ao ser proibida de pegar um voo caso não cobrisse o macacão que estava usando. Latisha “Tisha” Rowe, uma médica de família, estava viajando com seu filho de Kingston, Jamaica, para Miami no dia 30 de julho quando o episódio aconteceu.

Rowe contou à CNN que os comissários de bordo pediram para que ela saísse do avião “para conversar”. Segundo a mulher, uma aeromoça pediu diversas vezes que ela vestisse uma jaqueta. Ao perguntar o porquê, a funcionária teria respondido: “Você não vai entrar no avião vestida desta maneira.”

A mulher estava vestindo um macacão sem alças, que deixava suas pernas, ombros e braços descobertos, mas, para ela, não havia nada inapropriado sendo exposto.

“Eu senti como se tivesse recebido um tapa na cara, porque eu achava que estava me vestindo adequadamente”, falou Rowe. “Mas pareceu que me falaram, indiretamente, na frente do meu filho, algo como ‘você está parecendo uma put*, vamos consertar isso'”, desabafou.

Rowe ainda contou que, no final, se envolveu em um cobertor para conseguir subir no avião. Ela compartilhou sua experiência no Twitter e publicou uma foto com a roupa que usava na ocasião.

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“Aqui está o que eu estava vestindo quando @AmericanAir me pediu para sair do avião para conversar. Nessa hora, me pediram para eu me “cobrir”. Quando eu defendi a minha roupa, eu fui ameaçada de não entrar no vôo a não ser que eu andasse pelo corredor com um cobertor. #CéusNãoTãoAmigáveis”, escreveu ela.

“Meu shorts cobria TUDO, mas, aparentemente, chamava muita atenção entrar no avião com ele”, Rowe publicou em outro tweet.

A vítima ainda aproveitou o espaço para se posicionar sobre como as mulheres negras são sexualizadas. “Somos policiadas por sermos negras. Nossos corpos são super sexualizados como mulheres e nós precisamos nos ajustar para deixar todos ao nosso redor confortáveis. Eu já vi mulher branca com um shorts muito mais curto embarcar em um avião sem nem terem piscado um olho para ela”, manifestou-se.

O advogado de Rowe, Geoffrey Berg, contou à CNN que o filho de oito anos da mulher estava “devastado” pelo incidente e pegou uma parte do cobertor que a mãe usava para cobrir seu rosto.

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Berg ainda defende que a American Airlines “teve a oportunidade de fazer a coisa certa” e isso inclui tomar medidas para “assegurar que as pessoas não sejam tratadas dessa maneira, especialmente mulheres de cor”. O advogado ainda afirma que Rowe está considerando processar a companhia.

Posição da American Airlines

De acordo com a companhia aérea, ambos os comissários de bordo que falaram com Rowe eram negros. A porta-voz da American Airlines, Shannon Gilson, afirmou que a empresa está investigando o caso.

“Nós estamos preocupados com os comentários de Rowe e entramos em contato com ela e com nossa equipe no aeroporto de Kingston para conseguir mais informações sobre o ocorrido. Pedimos desculpas a Rowe e seu filho pela experiência e nós reembolsamos completamente a viagem. Nós temos orgulho se atender clientes de todas as origens e estamos comprometidos em promover uma experiência de viagem positiva e segura para todos que voam conosco”, disse Gilson em comunicado.

Além disso, a porta-voz contou que a companhia está planejando contratar um diretor de inclusão e diversidade, mas não afirmou se a ideia tem relação com o recente incidente.

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Em 2017, a American Airlines ordenou que todos os seus funcionários fizessem um treinamento anti-racismo depois que a NAACP (National Association for the Advancement of Colored People, em português, “Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor”) emitiu um aviso em outubro daquele ano avisando que os viajantes afro-americanos “poderiam ser sujeitados a condições desrespeitosas, discriminatórias ou inseguras”.

Em 2018, a NAACP suspendeu a advertência depois de ter considerado que houve progresso na American Airlines.

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