A ativista Malala Yousafzai, 20 anos, a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, está no Brasil para falar sobre um tema forte na sua trajetória: o poder transformador da educação e da leitura. Promovido pelo Itaú Unibanco, o evento acontece no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e transmitido ao vivo pelo Facebook, YouTube e Twitter do banco.
No segundo painel do dia, o empoderamento feminino através do conhecimento foi o tema abordado. A jornalista Adriana Carranca, que media o debate, abriu o tema lembrando que, no Brasil, as estatísticas de casamento precoce ainda são alarmantes. Meninas de 11, 12, 13 anos se submetem a homens muitas vezes mais velhos por falta de alternativas ou por falta da educação.
O painel seguiu com a jovem Tabata Amaral, finalista do Prêmio CLAUDIA na categoria Revelação e co-fundadora dos projetos Mapa Educação e Movimento Acredito, que contou sobre a importância do estudo em sua vida.
“Posso dizer que a minha vida e a da minha família foram transformadas pela educação. Cerca de 70% da população adulta é analfabeta funcional. Mais de 2 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola. Para as meninas é ainda pior, especialmente para as meninas negras. A partir do momento que não priorizamos educação no brasil, perdemos gerações inteiras. Eu visito escolas públicas semanalmente e o que eu vejo é que essas crianças chegaram na escola querendo ser cientistas, policiais, médicos, mas isso vai morrendo com o passar do tempo. E costumo dizer que a vida é dura demais para a gente viver sem sonhos”, afirmou.
Então, dirigiu uma provocação à Malala: como podemos unir forças, eu, você e os ativistas aqui presentes, para que possamos garantir que esses jovens poderão ter um futuro melhor?
A paquistanesa reiterou a importância de se ter a educação como prioridade. Além disso, afirmou que, por mais que a troca de experiências seja enriquecedora, as soluções para cada comunidade costumam estar nas próprias comunidades. “A minha ideia de mudança não está em alguém da comunidade internacional que chega e propõe caminhos. Quando queremos soluções, precisamos trabalhar com os ativistas locais, ir até as bases das comunidades. Eu quero trabalhar com vocês, quero criar um movimento de defensoria para essas meninas e meninos. Daqui a dois dias, lançaremos nosso projeto”, prometeu.
Na abertura das perguntas da plateia, quem recebeu o microfone foi a rapper MC Soffia, vencedora do Prêmio CLAUDIA 2017 na categoria Revelação. Ela lembrou como as referências e os exemplos são importantes para as garotas, especialmente as garotas negras, e como a representatividade faz toda a diferença. “Somente através do conhecimento poderemos vencer questões como o racismo”, afirmou.
A resposta veio de Conceição Evaristo, escritora e vencedora do Prêmio CLAUDIA 2017 na categoria Cultura. Emocionada, ela agradeceu. “Ouvir Malala, Sofia e Tabata nos dá a certeza de que nossa vida fez sentido. Estar aqui, entre jovens, potencializa os meus 71 anos de vida. Vocês me amparam e eu posso dialogar com vocês”, finalizou.
Assista na íntegra:
FALANDO NISSO…
A votação da 23ª edição do Prêmio CLAUDIA já está aberta! Neste ano, o nosso tema é Educação. Homenagearemos as iniciativas que estão mudando o país a cada dia. Conheça as finalistas e participe!