Na manhã de ontem (quarta, 14), Guilherme Taucci, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, entraram na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, e atiraram contra alunos e funcionários. O crime deixou oito mortos e onze feridos. Os assassinos cometeram suicídio após a carnificina.
Vinte anos atrás, em abril de 1999, um crime semelhante chocou o mundo. Dylan Klebold, 17 anos, e Eric Harris, 18, invadiram uma escola em Columbine, no Colorado (EUA), e abriram fogo contra as pessoas que lá estavam. Ao todo, doze pessoas morreram, 23 ficaram feridas e os adolescentes também se suicidaram.
Um amigo próximo de um garotos de Suzano disse em entrevista à TV que o rapaz era um admirador do caso Columbine. De acordo com a investigação da Polícia, a dupla planejou o ataque há mais de 1 ano e queria matar mais pessoas do que Dylan e Eric.
A apuração aponta que Guilherme e Luiz Henrique pesquisaram como atentados dessa natureza foram postos em prática nos Estados Unidos. É possível que eles tenham frequentado um fórum na internet intitulado ‘Dogolachan’. Os acessos teria sido feitos através da chamada deep web, local virtual em que se trocam informações sobre crimes, ódio e violência.
“Muito obrigado pelos conselhos e orientações… esperamos não cometer esse ato em vão”, teria escrito um dos assassinos dois dias antes do massacre em Suzano.
Semelhanças entre Suzano e Columbine
Columbine virou filme e documentário nos Estados Unidos. “Tiros em Columbine”, dirigido por Michael Moore, chegou a vencer um Oscar em 2003. “Elephant”, de Gus Van Sant, também se inspirou no caso.
O crime de Suzano tem algumas semelhanças com Columbine. A Polícia apreendeu, por exemplo, garrafas de coquetel molotov, uma bomba caseira, que não chegou a ser usada na Raul Brasil. Na escola americana, a dupla de assassinos planejava esconder bombas na cafeteria antes de atirar nos colegas, mas os artefatos não explodiram.
Dylan e Eric também portavam vários tipos de facas. Guilherme e Luiz usaram uma machadinha para ferir os estudantes, além de uma besta, arma medieval.
Também na série americana, antes de cometer o atentando Tate faz um símbolo de arma apontada para a própria cabeça. Horas antes de matar alunos e funcionários, Guilherme postou uma foto com o mesmo gesto no Facebook.