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Mari Ferrer: após humilhação em audiência, Justiça julga recurso hoje

Em 2020, o empresário André Aranha, foi absolvido da acusação de dopar e estuprar a influenciadora. Relembre o caso

Por Da Redação
7 out 2021, 12h01
Mari Ferrer
 (Reprodução/Instagram)
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Após um ano da absolvição do empresário André Aranha, de 45 anos, acusado de estuprar a modelo e influenciadora Mari Ferrer, de 24 anos, um recurso apresentado pelo advogado da vítima deve ser julgado nesta quinta-feira (7) por desembargadores de Santa Catarina.

O caso, que ocorreu no final de 2018 e foi  julgado virtualmente em setembro de 2020, ganhou repercussão nacional após o juiz Rudson Marcos aceitar a argumentação da defesa e do Ministério Público local de que não houve dolo [intenção] na ação do acusado. 

De acordo com testemunhas e provas periciais, Mari Ferrer, que ainda era virgem, foi dopada e violentada pelo empresário no clube de luxo Cafe de La Musique, em Florianópolis. Além de ter sido vítima de um abuso, ela ainda foi humilhada durante o julgamento de primeira instância pelo advogado do réu, Cláudio Gastão da Rosa Filho

Durante o julgamento, Cláudio exibiu uma imagem da modelo que, segundo ele, foi extraída do site de um fotógrafo, destacando que, entre retratos de várias mulheres, a única foto “chupando o dedinho é essa aqui [a de Mari], e com posições ginecológicas”. O ato foi uma tentativa de emplacar a tese de que o sexo com Aranha foi consensual. 

O advogado ainda fez argumentações ao juiz baseadas no fato da vítima ser virgem e prosseguiu com as humilhações dizendo que “jamais teria uma filha do teu nível e também peço a Deus que meu filho não encontre uma mulher que nem você”. 

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No ápice do constrangimento, Mari, que também foi acusada de estar movimentando o processo para conseguir mais seguidores, começou a chorar e foi mais uma vez alvo de falas chulas do advogado da defesa. “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lágrima de crocodilo”, intervém Gastão Filho.

Em defesa, a vítima rebateu com a frase que estampou diversos jornais na época: “Eu tô implorando por respeito, no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma como eu tô sendo tratada. Pelo amor de Deus, gente”.

Na Justiça, o caso de Mari Ferrer também foi negligenciado. Alexandre Piazza, promotor que indiciou Aranha, disse que o acusado só precisou comparecer pessoalmente à comarca “após a vítima precisar de submeter a uma situação de revitimização, expondo os fatos, seu sofrimento e angústia em redes sociais, em busca de maior celeridade nas investigações policiais”.

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Em posição similar, as alegações finais do Ministério Público, redigidas por Thiago Carriço, dizem que não houve dolo do acusado, porque não havia como o réu saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir.

Nas redes sociais, Mari Ferrer não é mais tão assídua quanto antes. Há poucas postagens e elas em sua maioria expressam alguns dos traumas sofridos ou apoio a outras mulheres que passaram por situações similares. A vítima ainda sofre estresse pós-traumático, depressão e insonia, distúrbios comprovados por laudos.

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