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Malala Yousafzai passou seu aniversário no maior campo de refugiados do mundo

"Nós não vamos aceitar um mundo onde decisões sobre o nosso futuro são tomadas em espaços em que mulheres não tem acesso", disse a Nobel da Paz durante discurso no município de Dadaab, Quênia

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 14h25 - Publicado em 13 jul 2016, 16h02
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  • Quem achou que Malala Yousafzai passaria seu aniversário de 19 anos comemorando com familiares e amigos em casa, se enganou: a ativista paquistanesa conhecida mundialmente por ter arriscado a própria vida para lutar pelo direito das mulheres à educação passou a última terça-feira (12) visitando o maior campo de refugiados do mundo, localizado no município queniano de Dadaab, que está prestes a ser fechado após 25 anos de funcionamento. 

    Reprodução/Twitter/Malala Fund
    Reprodução/Twitter/Malala Fund ()

    Veja também: Conheça a jovem adolescente que luta contra o casamento infantil​.

    Símbolo de persistência e coragem, Malala, pessoa mais jovem a ser laureada com o Nobel da Paz, em 2014, chamou a atenção para o que parece ser a maior crise dos refugiados em nível global, em seu discurso. “Estou aqui para falar em nome de minhas irmãs da Somália que não medem esforços diários para conquistarmos a oportunidade de estudarmos”, disse ela após ter entrado em contato com o trabalho das garotas em uma conferência via Skype. 

    Leia mais: Documentário sobre a paquistanesa Malala, Nobel da Paz de 2014, estreia neste mês.

    A ativista explicou a motivação de sua ida à Dadaab: todo ano, ela escolhe à dedo um local ao redor do globo no qual o ensino feminino é negligenciado para conhecer em seu aniversário. Os rumores de que esta área, abrigo de cerca de 30000 pessoas, seria desativada se confirmaram após o presidente queniano Uhuru Kenyatta anunciar seu fechamento em 2017 por motivos de segurança. 

    Khalil Senosi/Associated Press
    Khalil Senosi/Associated Press ()

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    Veja mais: Malala Yousafzai criou um lenço para arrecadar fundos e financiar o estudo de garotas. 

    O grupo terrorista Al-Shabab, ligado à Al Qaeda, prometeu continuar atacando a região oriental do país, onde está localizado o campo, que já vem vitimando dezenas de refugiados desde 2011. Líderes locais cobram posicionamento de autoridades internacionais pela situação de risco constante e pela recorrência de expulsões forçadas. “Nós não vamos aceitar um mundo onde decisões sobre o nosso futuro são tomadas em espaços em que mulheres não tem acesso”, disse Malala em uma das partes mais inspiradoras e emocionantes de seu discurso.  

    Veja também: 5 momentos marcantes do encontro entre Emma Watson e Malala Yousafzai. 

    Atualmente, Malala vive com sua família na Grã-Bretanha por ter sido impossibilitada de voltar para a sua terra natal devido a questões de segurança  após ter sofrido um atentado organizado pelos talibãs, no qual foi baleada na cabeça em outubro de 2012 – mas nem por isso a pequena (grande) ativista arrefeceu e permanece lutando pelos direitos de todas nós.

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    Reprodução/Twitter/Malala Fund
    Reprodução/Twitter/Malala Fund ()

    Leia mais: Mãe da Malala Yousafzai revela que voltou a estudar.

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