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Star Wars: Lupita Nyong’o fala a CLAUDIA com exclusividade

Em conversa exclusiva com CLAUDIA, a atriz fala da vida pós-fama e de sua estreia como uma pirata em Star Wars - O Despertar da Força

Por Luara Calvi Anic
Atualizado em 12 jul 2017, 09h10 - Publicado em 20 dez 2015, 12h00
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Quando Lupita Nyong’o subiu ao palco do Oscar, em 2014, emocionou o mundo com seu discurso. “Não importa de onde você venha, seus sonhos importam”, disse ela, que se tornaria referência especialmente para jovens e mulheres. A atriz levou a estatueta de melhor coadjuvante já em seu primeiro trabalho no cinema, pela escrava Patsey, de 12 Anos de Escravidão. Do drama histórico aclamado pela crítica, agora ela embarca em uma superprodução. Está em Star Wars – O Despertar da Força, sétimo episódio da saga, que estreia no mundo todo no dia 17.

Para ouvi-la falar sobre essa trajetória, esperei ao lado de jornalistas de diferentes nacionalidades na sala de um hotel em um parque da Disney (dona da franquia desde 2012), em Anaheim, na Califórnia. Tomava chá e comia biscoitos com a cara do Mickey quando meu nome foi chamado por uma assessora, que me acompanhou até outra sala. Enquanto esperava na porta, pude ver Lupita chegando pelo corredor. Com seu 1,65 metro de altura, ela vestia um tubinho preto com decote nadador e tênis da mesma cor. Sem maquiagem, parecia ainda mais jovem que seus 32 anos.

A atriz cresceu no Quênia, mas nasceu no México porque seu pai, professor universitário e hoje senador queniano, teve que passar três anos longe do próprio país por se opor à ditadura que o governava. Ele nunca imaginou ver a filha no elenco de uma série de tamanho sucesso. Já Lupita conta que desde criança sentia-se parte daquilo: “Lembro que um dos personagens falava kikuyu, uma língua queniana, o que me deixou animada. ‘Vamos ser parte desse universo!’, eu pensava”. Na conversa, a atriz entregou um pouco do filme, que chega em clima de suspense, e falou da chance de inspirar outras mulheres negras a também demarcar territórios pouco ocupados por elas.

Qual o seu papel neste novo Star Wars?
O nome da minha personagem é Maz Kanata. Ela é maior do que a vida, uma pirata com um passado colorido. E isso é o máximo que você pode saber! (risos)

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Então me conte qual a festa mais legal a que você foi desde que ficou famosa.
Isso é fácil! A agência de atores Creative Artists deu uma festa incrível na véspera do Globo de Ouro. E foi MUITO divertida! Um monte de famosos, nenhuma câmera e todos curtindo. Tinha gente batendo o cabelo e dançando até o chão. O que aconteceu lá não saiu dali.

Ninguém fez nenhuma selfie?
Não! São pessoas que têm câmeras na cara o tempo todo e querem se livrar disso. Não havia uma regra na porta proibindo, mas o objetivo era dançar, se divertir.

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Você vive acompanhada de seu irmão, Peter, nesse tipo de evento. Sempre tiveram uma boa relação?
Sempre. Peter é dez anos mais novo que eu, mas sou apaixonada por ele desde o momento em que nasceu. Temos muito em comum mesmo com a diferença de idade; então é fácil ficar junto. Ele tem muita energia, é muito legal tê-lo por perto.

Teve alguém do showbiz que você adorou conhecer?
Cate Blanchett. Sempre a admirei. E a primeira vez que a encontrei foi para fotografar uma capa com ela! Um jeito maravilhoso de conhecer alguém, não é? Também tinha muita vontade de conhecer Steven Spilberg. Seu A Cor Púrpura retrata bem o nascimento do meu desejo de virar atriz. Acabamos nos encontrando no set de Guerra nas Estrelas. De repente, lá estava ele me pegando de surpresa!

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Você trabalhou como assistente de produção no filme O Jardineiro Fiel, do diretor brasileiro Fernando Meirelles. Como foi essa experiência?
Foi minha primeira vez em um set de filmagens. E foi ótimo trabalhar na minha casa, no Quênia. Gostei muito de ver o Fernando dirigindo a Rachel Weisz e o Ralph Fiennes. Lembro que ele era muito focado e suave ao falar.

Já se sentiu insegura como atriz?
Eu me sinto insegura como pessoa. Obviamente o começo da carreira foi difícil. Na adolescência, você também acha que é a única passando por aquilo, que não se encaixa.

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E na vida adulta?
Fazer faculdade nos Estados Unidos (ela é formada em artes dramáticas por Yale) foi um choque. Em casa tive uma educação muito global, sempre viajando, mas deixar meu país e mudar para cá foi um baque cultural. Por um tempo, me senti sozinha e diferente, como se não pertencesse àquilo.

Como superou?
Para vencer, é preciso estar próxima de pessoas que tiram o melhor de você. Isso me ajudou com as mudanças dos últimos anos. Ao me tornar atriz, dependo de quem me conhece para me trazer de volta à realidade, lembrar quem sou e me manter confiante.

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O que mudou depois dos 30 anos?
Sou mais honesta e peço menos desculpas por como me sinto.

Qual sua ideia de felicidade?
Amo meu trabalho! Ele me faz muito feliz, mas também adoro cozinhar para os amigos e a família e amo estar em casa. É tão raro. Nada me deixa mais feliz do que acordar e reconhecer que estou dormindo na minha cama, usando o lençol que eu comprei. Também adoro dançar. Se você está de mau humor, ligue a música e rodopie. Isso vai fazer com que se sinta melhor.

Você foi eleita a mulher mais bonita do mundo pela revista People no ano em que levou o Oscar. Qual o significado disso especialmente para meninas negras?
Fiquei muito honrada e comovida. Quando eu era pequena, ver a Alek Wek (modelo sudanesa) nas capas das revistas me surpreendia e encorajava. Fico muito feliz por hoje ser essa pessoa a inspirar outras garotas negras, que vão se sentir um pouco mais vistas, um pouco mais ouvidas e um pouco mais bonitas.

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