O julgamento de Lírio Parisotto, 63 anos, por agressão contra a modelo Luíza Brunet, 54 anos, foi retomado nesta segunda-feira (13), no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. O empresário é acusado de duas lesões corporais contra a atriz.
Em reportagem publicada em VEJA desta semana, novas evidências que comprovam as agressões do empresário contra a Luíza foram divulgadas. Laudos, tomografia e um depoimento decisivo atestam que Luíza teve quatro costelas fraturadas após uma briga com socos e tapas.
Essa é a segunda audiência do caso, que tem como base a Lei Maria da Penha. A primeira aconteceu em 29 de novembro de 2016, quando Lírio e Luíza foram ouvidos separadamente pela juíza Elaine Cristina Monteiro Cavalcante, da Vara do Foro Central da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
Na tarde dessa segunda, Lírio e testemunhas do processo – que não compareceram em novembro – foram ouvidos pela Justiça e pelo Ministério Público. Como Luíza já prestou depoimento em novembro do ano passado, ela não foi obrigada a comparecer na audiência de hoje e não esteve presente no Fórum.
Se condenado, Lírio – que responde por lesão corporal grave e leve – pode receber condenação de um ano e meio até oito anos de prisão, já que ele está sendo responsabilizado nos termos da Lei Maria da Penha, que endurece a pena.
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Anos de agressões
A revelação das agressões de Lírio contra Luíza foram feitas pela atriz em julho de 2016 à coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, depois que a modelo decidiu dar um basta ao relacionamento violento de cinco anos.
Segundo Luiza, a primeira agressão de Lírio – configurada em “lesão corporal grave”, no processo – aconteceu em dezembro de 2015, no apartamento do empresário. Na ocasião, ele quebrou o dedo da ex-esposa após uma discussão entre o casal.
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Meses depois, em 21 de maio de 2016, durante uma viagem a Nova York, o gaúcho voltou a agredir a companheira. Dessa vez, ele deu um soco no olho dela, a chutou e quebrou quatro de suas costelas – o crime foi configurado em “lesão corporal grave”, no processo.
“Eu sempre tive uma família estruturada e sempre fui discreta em minha vida pessoal. É doloroso aos 54 anos ter que me expor dessa maneira. Mas eu criei coragem, perdi o medo e a vergonha por causa da situação que nós, mulheres, vivemos no Brasil. É um desrespeito em relação à gente. O que mais nos inibe é a vergonha. Há mulheres com necessidade de ficar ao lado do agressor por questões econômicas, porque está acostumada ou mesmo por achar que a relação vai melhorar”, relatou à publicação.
Ela voltou ao Brasil e a queixa de agressão foi representada no Ministério Público de São Paulo com o laudo de corpo de delito do IML feito por ela.
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