A perícia criminal sobre o incêndio no Museu Nacional, que aconteceu em 2 de setembro de 2018, concluiu que não houve omissão ou ação criminosa para causar o fogo que destruiu boa parte do acervo de mais de 20 milhões de itens da instituição. Segundo o laudo da Polícia Federal, um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado do auditório, que fica no 1º andar e próximo à entrada principal, teria sido o estopim para o fogo, que se espalhou rapidamente pelo resto do museu.
As investigações, que levaram mais de um ano, apontam que a última fiscalização do Corpo de Bombeiros foi feita em agosto de 2015 e que não teria sido concluída. Como houve punição administrativa na época e meses antes do sinistro, também houve movimentação para revitalizar e adequar o prédio ao Código de Segurança contra Incêndio e Pânico, a Polícia Federal não caracterizou a conduta dos gestores como omissa. Os recursos não foram liberados a tempo, mas a reforma já estava planejada.
Em maio desse ano, a paleontóloga Luciana Carvalho, finalista de Inovação e Ciência do Prêmio CLAUDIA 2019, contou que os trabalhos de restauração estavam em andamento até a paralisação por causa da pandemia. “Até o dia 19 de março estávamos terminando o resgate interno do Palácio. O processo envolve a retirada de todo o material de dentro do Palácio e o inventário, que significa você fazer um levantamento de tudo o que foi salvo durante o processo”, ela contou a CLAUDIA, explicando que as equipes estão empenhadas em reconstruir parte do que foi destruído pelo fogo. “O Museu Nacional vive. Continuamos vivos nas pessoas, nos prédios que sobraram”, ela disse.