600 indivíduos da comunidade LGBTQIA+ foram vítimas de crimes de ódio entre junho de 2021 e junho de 2022 em território nacional. Para efeito de comparação, o número de casos registrados no ano passado foi de 135. Entre 2019 e 2022, 161 denúncias foram levantadas. Com isso, é evidente que os ataques de cunho preconceituoso tiveram um aumento significativo no país. Os dados foram obtidos através de levantamento realizado pelo Jornal Hoje, por meio da Lei de Acesso à Informação.
Homofobia é crime desde 2019
A discriminação contra indivíduos por conta de identidade de gênero ou orientação sexual enquadra-se como prática criminosa no país desde 2019, ano em que o Supremo Tribunal Federal interpretou que a lei contra o racismo poderia ser aplicada também no combate à homofobia.
Ofensas e difamações vêm aumentando
Desde 2018, as ameaças contra a população vêm aumentando. Aliás, entre 2020 e 2021, os casos de homofobia tiveram um aumento de 150%.
Aumento no número de mortes
Em 2021, o Dossiê de Mortes e Violências contra a população LGBTQIA+ já havia registrado um aumento nos casos em comparação aos anos anteriores. Homicídios correspondem a 82,91% das queixas. Logo em seguida, há homicídios motivados por discriminação (8,23%), latrocínios (7,28%) e causas não divulgadas (1,58%).
Embora os dados sejam importantes para demonstrar a importância do combate à homofobia, eles ainda não são consistentes o suficiente para demonstrar como este problema é perpetuado no país. Um dos motivos para que isso aconteça está no fato de que, na prática, muitos estados ainda não consideram a homofobia como crime. Além disso, uma grande parte das vítimas opta por não prestar queixa nas delegacias por temer sofrer mais discriminações no local, segundo dados do levantamento.