Marcelo Pereira de Souza foi condenado a 61 anos e 5 meses de prisão em regime fechado e 20 dias de multa pela morte e estupro de duas crianças de 3 anos na Favela Jardim Lapena, em são Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo. Os crimes aconteceram em outubro de 2017. Seu julgamento foi realizado pela 4ª Vara do Tribunal do Júri e a sentença foi dada na última quarta-feira (28).
As vítimas Adrielli Mel Porto e Beatriz Moreira dos Santos desapareceram no dia 24 de setembro de 2017 e os corpos foram encontrados dentro de um veículo no dia 12 de outubro. As crianças foram assassinadas e estupradas por Marcelo e por mais um rapaz, Everaldo de Jesus Santos, que ainda não foi julgado, pois sua defesa entrou com recurso contra a pronúncia.
De acordo com a polícia, Marcelo confessou ter cometido o crime. No depoimento, o réu contou que ele e Everaldo atraíram as crianças com doces, levaram as duas até um barraco e disseram que lá elas teriam mais doces. Primeiro eles as mataram e, posteriormente, as estupraram, segundo a delegada Ana Paula Rodrigues, titular da 5ª Delegacia de Repressão a Crimes contra Crianças e Adolescentes do DHPP.
Não perca o que está bombando nas redes sociais
Segundo a polícia, as crianças foram mortas por asfixia. “Os corpos estavam em estado de putrefação instalado. Foi encontrado um vermelho nos dentes das crianças, o que chamamos tecnicamente de dentes rosados. Esse é um dos indícios de asfixia, pois quando se asfixia uma criança rompem-se pequenos vasos na boca e que mancham os dentes”, disse a delegada ao G1.
Ainda no depoimento, Marcelo contou à polícia que sofreu violência sexual quando criança por parte dos primos. Ao confessar o crime, também teria dito que precisa de tratamento.
Os dois réus chegaram a ser torturados por membros da comunidade e criminosos da região, que suspeitavam do envolvimento deles no crime. Ambos foram encontrados amarrados e com ferimentos em um barraco no Jardim Queralux, também na Zona Leste. Eles disseram à polícia que foram torturados para confessar o crime, mas negaram as acusações na ocasião.
Eles foram ouvidos e liberados pela polícia, mas seguiram sendo monitorados pois Marcelo já havia sido preso em 2005 por ter molestado a filha de 7 anos de uma antiga namorada. Ele cumpriu 6 anos de pena.
Marcelo foi indiciado por sequestro, estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver. Ainda não há previsão para o julgamento do réu Everaldo, cujo processo segue em segredo de Justiça.
Leia também: Advogada ajuda a levar acusado de matar seu pai à justiça
+ Mulher é morta a tiros por chamar homens de “cornos”