Harvey Weinstein é condenado a 23 anos de prisão
Pela recorrência dos crimes e a falta de remorso demonstrada pelo produtor, os procuradores solicitaram ao juiz que aplicasse uma sentença dura
Nesta quarta-feira (11), o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, 67 anos, recebeu a condenação de 23 anos de prisão após ter cometido crimes de estupro e agressão sexual. De cadeira de rodas e algemado, o acusado foi ao tribunal de Nova York nesta manhã para receber a sentença.
A agressão sexual contra a ex-assistente de produção Mimi Haleyi, que aconteceu em julho de 2006, foi o ato que levou o júri a condenar Weinstein como culpado em primeiro grau. Além desse episódio de assédio, o agressor também foi declarado culpado de estupro em terceiro grau por conta do crime cometido contra a ex-atriz Jessica Mann, em março de 2013. As duas vítimas chegaram ao tribunal para ter acesso ao resultado com aplausos calorosos do público que as esperava na frente do edifício.
Para as acusações de estupro em primeiro grau de Mann e de predador sexual – crime que poderia levá-lo a prisão perpétua – Weinstein foi considerado inocente. Ainda assim os procuradores solicitaram ao juiz James Burke que aplicasse uma sentença dura, uma vez que o réu cometeu abusos “durante toda sua vida” e não teria demonstrado remorso por suas ações. Em carta, eles pediram que Burke considerasse outras 36 acusações de assédio e agressão sexual datadas dos anos 1970 e que não foram incluídas no processo de Weinstein.
Uma das promotoras, Joan Illuzzi, escreveu que Weinstein “mostrou uma atitude de superioridade e uma total falta de compaixão pelo próximo”. Quanto à solicitação da defesa de que fosse aplicada a pena mínima uma vez que o produtor é um profissional bem-sucedido e premiado, Illuzzi alegou que “sua história de vida, suas conquistas, suas lutas são simplesmente notáveis e que não devem ser ignoradas, devido ao veredicto do júri.”
Segundo o Hollywood Reporter, em uma conferência do lado de fora da Corte, Donna Rotunno, advogada do produtor, classificou a sentença como “obscena”. “É claro que é muito dura. É ridícula”, disse ela aos repórteres. “Existem assassinos que ficarão livres mais rápidos que Harvey Weinstein ficará. O número atendeu às pressões dos movimentos do público, ele não atendeu às evidências apontadas no julgamento”, completou, declarando que estavam buscando por um tratamento justo e que não o receberam.