Grupo terrorista Boko Haram liberta 21 meninas das mais de 200 reféns que mantém na Nigéria desde 2014
Há dois anos, quase 300 meninas, de 15 a 18 anos, foram sequestradas de uma escola. A maioria ainda continua em cativeiro. O caso teve repercussão mundial.
Em abril de 2014, o grupo terrorista Boko Haram sequestrou 276 meninas, entre 15 e 18 anos, de uma escola em Chibok, no norte da Nigéria. Algumas garotas conseguiram fugir, mas a organização continuou a manter cerca de 200 reféns. Nesta quinta-feira (13), finalmente uma boa notícia: o governo nigeriano anunciou que foram liberadas 21 meninas. Em troca, quatro combates do grupo foram libertados pelas forças de segurança do governo. Infelizmente, a maioria das jovens ainda está em cativeiro.
Lembre o caso: O que o rapto das meninas na Nigéria tem a ver com você?
As meninas libertadas foram levadas de helicóptero para a cidade de Maiduguri, no nordeste da Nigéria. “A libertação das garotas (…) é resultado de negociações entre o governo e o Boko Haram mediadas pela Cruz Vermelha e pelo governo suíço”, disse o governo da Nigéria em comunicado. “As negociações continuarão”.
O grupo Boko Haram, fundado em 2002, é fundamentalista islâmico, tendo se filiado ao Estado Islâmico no ano passado. Boko Haram significa “educação ocidental ou não-islâmica é um pecado”, sendo contra o ensino para meninas e mulheres. As sequestradas são geralmente empregadas como servas ou meninas-bomba.
A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que pelo menos 1,4 milhão de crianças na Nigéria e nos países vizinhos estão atualmente deslocadas por conta da insurgência do Boko Haram. Cerca de 20 mil pessoas morreram em decorrência da violência.
Depois dos ataques a escolas, mais de 2 mil estabelecimentos foram fechados na Nigéria, Camarões, Chade e Níger – países mais afetados pela atuação da organização –, impedindo um milhão de crianças de irem à escola.
Leia mais: Menina sequestrada pelo Boko Haram é encontrada dois anos depois na Nigéria
O episódio do sequestro das 276 meninas desencadeou comoção mundial. Na época, foi lançada a campanha oline #BringBackOurGirls, mobilizando personalidades como Michele Obama e Malala Yousafzai.