Depois de 80 anos, pesquisadores conseguiram resgatar material que Mário de Andrade coletou em uma expedição para registrar manifestações culturais espontâneas dos rincões do Brasil.
Em 1938, o escritor comandava o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Ele pretendia registrar manifestações culturais escondidas nos recantos do país, que estavam com risco de extinção devido à chegada da indústria cultural.
Inspirada nas missões do século 19, Mário de Andrade organizou uma viagem que passaria por mais de 30 cidades, entre elas Pernambuco, Paraíba, Ceará, Maranhão e Pará.
O escritor organizou um grupo composto pelo arquiteto Luís Saia, o maestro austríaco Martin Braunwieser, o técnico de som Benedicto Pacheco e o ajudante Antônio Ladeira, para irem até as comunidades. Ele acompanharia tudo de seu gabinete em São Paulo.
A ideia do projeto era registrar folguedos, cantigas, desafios e toda espécie de ritual musical da cultura popular. Além disso, a equipe também se responsabilizaria por tirar fotos e fazer pequenas filmagens de algumas manifestações.
O resultado desse trabalho está em 21 cadernetas, 14 filmes pequenos, 1.299 fonogramas. No total, foram 33 horas de gravação, 856 objetos coletados e 600 fotografias.
Essa preciosidade será disponibilizada novamente ao público através de uma reedição realizada pelo Sesc, em parceria com o CCSP (Centro Cultural São Paulo). A ideia era relançar o material ainda este ano para comemorar os 80 anos da missão, porém o projeto ficou para o ano que vem, sem uma data definida.
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