No início da pandemia, vimos os números de casos de violência doméstica crescerem. Ainda assim, especialistas acreditavam que há subnotificação, afinal, atualmente as mulheres encontram ainda mais dificuldade para realizar uma denúncia. Existe a dificuldade de locomoção e a intensa convivência com o agressor dentro de casa.
Pensando em uma maneira de fortalecer o combate à violência e ajudar essas mulheres, a promotora Gabriela Manssur, conhecida por seu trabalho no combate à violência doméstica, criou o Projeto Justiceiras.
A ideia principal do Justiceiras é dar apoio jurídico e psicológico às vítimas. O serviço é online e gratuito a qualquer mulher do país que tenha sofrido violência doméstica ou tenha sido ameaçada. Basta mandar uma mensagem através do WhatsApp (11) 99639-1212.
Ao entrarem em contato, as mulheres são ouvidas por voluntárias e, com ajuda de profissionais de diversas áreas, como advogadas, assistentes sociais, psicólogas e médicas, são orientadas sobre como prosseguir com a denúncia. Todas elas são amparadas e suas opiniões e decisões ouvidas e respeitadas, para que possam ter segurança e, com o tempo, consigam superar a situação.
Nesta quinta-feira (3), às 19h30, Gabriela Manssur falará mais sobre o Projeto Justiceiras em uma live organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil no YouTube da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica de Santa Catarina (ABMCJ/SC), que também faz um trabalho intenso de combate à violência contra à mulher. O evento será mediado por Silvia Marafon, co-líder do Núcleo Florianópolis e do Comitê de Violência contra a Mulher do Grupo Mulheres do Brasil e contará com a participação de Ingrid Hofstätter, líder local do Projeto Justiceiras, co-líder do Comitê de Combate à Violência do Grupo Mulheres do Brasil e presidente da ABMCJ/SC, e Jana Mara, ativista do canal Abusadamente Mulher, membro do Comitê de Combate à Violência do Grupo Mulheres do Brasil e voluntária do Projeto Justiceiras.
Além de falar a respeito do Justiceiras, as participantes também discutirão sobre quais os canais e sistemas alternativos para combater e prevenir a violência de gênero. “É um trabalho para informá-las e orientá-las. Afinal, as vítimas de violência estão em quarentena, dentro de casa, vigiadas pelo agressor e precisam de respostas para as perguntas mais básicas. O que fazer? Quem procurar? A quais locais ela deve se dirigir? Conseguem resolver sem sair de casa?”, afirma Gabriela Manssur.