Sempre invejei homens que circulam por aí sem camisa nos dias de calor. Para as mulheres, seios desnudos em público só são permitidos no carnaval, e quem sabe na Parada Gay. Nem no Rio de Janeiro dá para queimar a marca do biquíni tranquilamente. No começo do ano, cariocas organizaram um “toplessaço” nas praias da cidade e foram intensamente fotografadas sem a parte de cima do traje. Desde então, o assunto segue em alta no país.
Recentemente, a cantora Karina Buhr, 41 anos, causou polêmica com a capa de seu novo disco, Selvática. Na foto, ela aparece com os seios de fora. O Facebook recebeu denúncias de usuários e logo bloqueou a bela imagem por ser considerada “conteúdo que não segue os padrões da rede social em relação à nudez”. Amigos e fãs da cantora lançaram um movimento e, com a hashtag #selvatica publicaram outras fotos em que o peito feminino é protagonista. Tem Cassia Eller, Gal Costa, Madonna. Todas levantando a blusa no meio de algum show. Atos importantíssimos para a nossa liberdade mamária, claro, mas bom mesmo seria se elas puderem tocar sem camisa como faz, por exemplo, o roqueiro Iggy Pop. Dê um Google Images: Iggy Pop + palco. Ele está sempre sem camisa. E isso nunca foi assunto.
Esta semana, o coletivo Mamilo Livre também espalhou lambe-lambes pela cidade de São Paulo com imagens de peitos masculinos e feminino (foto acima). A ideia é questionar por que, afinal, os mamilos deles estão liberados para aparições públicas enquanto os nossos, vetados? Para participar do projeto é só baixar as fotos no site, imprimir e colar por aí.
Em tempo, o disco de Karina Buhr será lançado no dia 29. Ela disponibilizará o download gratuito em seu site. Confira uma das canções:
Luara Calvi Anic é editora de CLAUDIA e assina esta coluna às quintas. Para falar com ela, clique aqui.