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Finalistas do Prêmio CLAUDIA, na categoria Trabalho Social, respondem os leitores

Seguidores do Instagram @claudiaonline entrevistam as candidatas Brigitte Louchez, Marineide Silva e Mônica Azzariti

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 12 abr 2024, 14h19 - Publicado em 22 jul 2016, 10h32
Pablo Saborido
Pablo Saborido (/)
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Uma mora em São Paulo, outra em Fortaleza e a terceira no Rio de Janeiro. Trabalham em áreas diversas e possuem formações distintas. Elas são finalistas do Prêmio CLAUDIA e destacam-se com projetos sociais inspiradores! Convidamos os seguidores do Instagram @claudiaonline a enviar perguntas para as candidatas.

Veja as respostas de Brigitte Louchez, Marineide Silva e Mônica Azzariti:  

Pablo Saborido
Pablo Saborido ()

Francesa radicada no Brasil, Brigitte Louchez é responsável há 20 anos pela Associação Barraca da Amizade, ONG em Fortaleza que atende crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual. Suas equipes vão às ruas abordar meninos e meninas diretamente, levando instruções sobre prevenção e convidando-os para participar da Barraca, onde encontram apoio psicossocial e programas educativos, que incluem atividades como aulas de circo e capoeira. 

Conheça o trabalho de Brigitte Louchez e dê o seu voto!

@marianaeli9 – Brigitte, as pessoas ainda têm muito receio em realizar as denúncias contra os abusos cometidos em crianças e adolescentes. De que forma a ONG trabalha para que os jovens criem coragem? Obrigada!

Brigitte Louchez – Olá Mariana. Sei do receio de fazer denúncias e realmente às vezes podemos colocar a pessoa em perigo. Por isso, a Secretaria de Direitos Humanos implantou há alguns anos o Disque 100, onde a denúncia é recolhida por um profissional que irá encaminhar a mesma ao Sistema de Garantia de Direitos. A denúncia é totalmente anônima, você não precisa se identificar. 
As ONGs trabalham a partir das demandas. São as as situações e a vontade de viver destes jovens que renovam a coragem da equipe que trabalha no enfrentamento à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes. 

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Saiba mais: Exploração sexual infantil aumenta em grandes eventos esportivos

Pablo Saborido
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Moradora do Capão Redondo, um dos bairros mais violentos do país, Neide Silva teve o marido e o filho assassinados. Apaixonada pelo esporte, ela passou a dar aulas de corrida para meninos e meninas da vizinhança seguindo a sugestão do seu filho perdido, e assim afastando crianças da criminalidade que levou os seus familiares. Batizado de Vida Corrida, seu projeto se transformou em ONG. Hoje ela treina mais de 500 adultos e crianças. Além de levar saúde e qualidade de vida à população desfavorecida, Neide já descobriu atletas que representam o Brasil mundo afora. 

Conheça o trabalho de Neide Silva e dê o seu voto!

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@lupaulabs – Querida, parabéns pela história de superação. Como posso, enquanto professora, ajudar ajudar minhas alunas que passam por situações de abuso e negligência familiar?

Neide Silva – O segredo está em ouvir, escutar, não criticar e sim motivar as pessoas. Muitas vezes elas não têm quem as escute. Você pode inserir atos e atitudes disponíveis no esporte para que as pessoas coloquem em prática em suas vidas. Por exemplo, se hoje você correu 20 minutos, pense que amanhã serão 40 e assim sucessivamente. O mundo segue para a frente. Que as diversas situações dolorosas transformem-se em situações de superação. Devemos seguir em frente e esquecer o ódio. Compartilhar é sempre importante. Tudo passa, basta querer.

Saiba mais: Mulheres encontram na corrida a força para transformarem suas vidas 

Pablo Saborido
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Uma pequena ocorrência, como uma reclamação por conta de barulho, se tratada de forma truculenta pelos policiais, pode desencadear um comportamento violento desnecessário e acabar em troca de tiros. Afim de diminuir esse risco, Mônica Azzariti trabalha voluntariamente instruindo os soldados que atuam nas favelas cariocas para que revejam seus comportamentos, transponham o stress e lidem com conflitos triviais com mais controle e sem violência desnecessária, através da técnica de Comunicação Não Violenta, baseada na empatia. A fonoáudiologa está preparando ainda instruções específicas para o curso de Negociação de Reféns do Bope.

Conheça o trabalho de Mônica Azzariti e dê o seu voto!

@luanmartendal – Achei a trajetória da Mônica Azzariti inspiradora e acredito que esse exemplo deve ser seguido. Gostaria de saber se ela já desenvolve algum projeto para expandir essa ação e criar novos grupos de ‘Comunicação Não Violenta’ em estados com alto nível de criminalidade? É possível criar uma cultura de mediação de conflitos efetiva em um país em que a força policial é, segundo a Anistia Internacional, a que mais mata no mundo?

Mônica Azzariti – Eu dou aula em vários estados da Federação. Dou aula em São Paulo, Bahia, Recife, Belém, Rondônia. Mas esse projeto de Comunicação Não Violenta (CNV) eu só apliquei na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Recentemente um curso de pós-graduação pediu que eu ministrasse a disciplina de CNV com ênfase em mediação de conflitos para as turmas de Criminologia. 
Criar uma cultura de mediação de conflitos não só é possível, como é extremamente urgente. Eu acredito de verdade. Tanto que na minha carreira profissional eu falo isto para as pessoas. Principalmente para as que nem sempre estão abertas a ouvir. São conflitos que vão muito além da comunicação verbal, são conflitos físicos. As coisas fluiriam melhor se mais pessoas acreditassem. A gente teria mais possibilidade de sucesso. Iríamos sair dessa estatística de força policial que mais mata no mundo. 

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Saiba mais: 5 passos de Comunicação Não Violenta para um relacionamento mais feliz 

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