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Fertilização traumática: o triste caso do casal que gerou bebê trocado

Dois casais recorreram ao procedimento de fertilização in vitro para gerarem um bebê, porém tiveram os embriões misturados

Por Da Redação
Atualizado em 10 nov 2021, 12h15 - Publicado em 10 nov 2021, 11h52
Fertilização in vitro
 (abezikus/Getty Images)
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Duas famílias deram à luz filhos trocados na Califórnia após um erro cometido por uma clínica de fertilização in vitro, que misturou os embriões. O caso levou à abertura de um processo na Justiça contra o estabelecimento, que responderá por má conduta médica, quebra de contrato, negligência e fraude.

Localizada em Los Angeles, a clínica California Center for Reproductive Health (CCRH) foi procurada por Daphna e Alexander Cardinale em 2018 para realizar uma fertilização em vitro, método em que os óvulos da mulher são fertilizados por espermatozoides em laboratório e só depois são implantados no útero. 

Entenda a diferença entre inseminação artificial e fertilização in vitro.

Em setembro do ano seguinte, nasceu uma menina, fruto da fertilização. No entanto, os pais notaram ainda no parto que o bebê não se parecia com eles e tinha uma pele mais escura.

Cerca de três meses depois, o casal decidiu fazer um exame de DNA. O mesmo determinou que não havia relação genética entre pais e filha.

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“Fui privada da capacidade de carregar minha própria filha”, disse Daphna em entrevista à BBC na última segunda-feira (8).

“Eu estava dominada por sentimentos de medo, traição, raiva e desgosto. Não tive a oportunidade de criá-la e me relacionar com ela durante a gravidez, de sentir seus chutes”, disse aos jornalistas da BBC, ao relatar uma mistura de sentimentos entre apreensão e apego à criança.

O processo, que foi consultado pela agência de notícias Associated Press, diz que “os Cardinales, incluindo sua filha [mais velha, de 7 anos], se apaixonaram por essa criança e ficaram com medo de que ela fosse tirada deles. O tempo todo, Alexander e Daphna não sabiam onde estava seu próprio embrião e portanto estavam com medo de que outra mulher estivesse grávida de seu filho — e seu filho estivesse em algum lugar do mundo sem eles.”

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Com a ajuda clínica, o casal conseguiu encontrar a família que gestou o seu embrião. Já nascido, o bebê também era uma menina, com apenas uma semana de diferença da data de nascimento da outra criança.

Quatro meses após o parto, as duas famílias se encontraram e decidiram formalizar na Justiça a troca dos bebês, o que aconteceu em janeiro de 2020. De acordo com Daphna Cardinale, esse foi um processo carregado de traumas.

“O horror dessa situação não pode ser compreendido”, relata o processo. 

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Durante a entrevista, Daphna ainda afirmou angustiada: “Em vez de amamentar minha própria filha, amamentei e criei um vínculo com uma criança que depois eu tive que entregar.” Em concordância, o pai, Alexandre comentou que “trocar as crianças fez tudo ficar ainda mais perturbador”. 

Segundo a ação na Justiça, o casal agora faz tratamento para ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

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