O estado de São Paulo registrou, em julho, 13 casos de feminicídio, crescimento de 160% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando cinco mulheres foram assassinadas.
De acordo com um levantamento feito pelo G1 e pela GloboNews, os 13 casos representam a retomada do aumento do crime de feminicídio durante a pandemia do coronavírus. Em maio e junho, os números foram mais baixos, nove e oito casos, respectivamente. A pesquisa é feita com base em boletins de ocorrência e na estatística criminal da Secretaria Estadual da Segurança Pública, mas acredita-se que os números sejam ainda maiores devido a subnotificação.
Entre janeiro e julho deste ano, São Paulo teve 101 registros de casos de feminicídios, 12% a mais do que no mesmo período de 2019. É o maior número registrado no período desde 2016, primeiro ano em que o crime foi tipificado como hediondo. Em abril, primeiro mês completo de quarentena, houve 21 casos registrados, 32% a mais do que os 16 em abril de 2019. 85% dos casos de feminicídio no estado têm autoria conhecida, a maioria companheiros ou ex-companheiros das vítimas.
O Código Penal prevê pena de 12 a 30 anos de prisão em regime fechado, em casos de condenação, para acusados de feminicídio. Como é considerado um crime hediondo, os presos só podem obter benefícios como o regime semiaberto depois de cumprir dois quintos de sua pena total.
Feminicídios registrados em 2020
- Janeiro: 12 casos
- Fevereiro: 18 casos
- Março: 20 casos
- Abril: 21 casos
- Maio: 9 casos
- Junho: 8 casos
- Julho: 13 casos
Feminicídios registrados em 2019
- Janeiro: 14 casos
- Fevereiro: 12 casos
- Março: 13 casos
- Abril: 16 casos
- Maio: 19 casos
- Junho: 11 casos
- Julho: 5 casos