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Estátua de mulher sexualizada gera revolta e discussão sobre machismo

Feita de bronze em homenagem a um poema do século 19, a estátua é chamada de "ofensiva" e "humilhante" para as mulheres

Por Da Redação
29 set 2021, 18h29
SAPRI, ITALY - SEPTEMBER 28: The statue of Emanuele Stifano dedicated to the Spigolatrice (Gleaner) on September 28, 2021 in Sapri, Italy. Controversy over the inauguration of a statue created by the artist Emanuele Stifano and dedicated to the Spigolatrice (Gleaner) of Sapri, a legendary farmer who would have played a role in the failed expedition of the Risorgimento hero Carlo Pisacane, who arrived in Sapri in 1857 in an attempt to raise the local populations against the Bourbons. The statue, inaugurated on 25 September 2021 on the Sapri seafront, has sparked heated controversy as it is believed by some to be sexist. (Photo by Ivan Romano/Getty Images)
Estátua de bronze na Itália gera debates sobre machismo e mulheres pedem a remoção (Ivan Romano/Getty Images)
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A inauguração de uma estátua em homenagem a um poema do século 19, o “La Spigolatrice di Sapri” (“A Respigadora de Sapri”, em tradução livre), do autor Luigi Mercantini, deu início a uma série de debates sobre machismo na Itália.

Isso ocorreu por conta da forma hipersexualizada que a imagem de uma mulher foi esculpida. O corpo é envolto por um vestido transparente e o braço da mulher cobre os seus seios.

As linhas foram escritas do ponto de vista de uma respigadora, pessoa que coleta grãos deixados nos campos pelos colhedores. A personagem deixa seu emprego e se junta à expedição fracassada de Carlo Pisacane, revolucionário italiano, contra o Reino de Nápoles, que deixou 300 mortos.

A estátua é “uma ofensa às mulheres e à história que ela deveria celebrar”, afirmou a deputada Laura Boldrini. Em seu Twitter, a integrante da Câmara dos Deputados pelo Partido Democrata de centro-esquerda, disse ainda: “Como as instituições podem aceitar a representação das mulheres como um corpo sexualizado? O chauvinismo masculino é um dos males da Itália”, alertou.

estátua Italia
Estátua com roupa transparente é chamada de “ofensiva” e “humilhante” para as mulheres (Facebook/Reprodução)
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Repercussão

Algumas integrantes do Partido Democrata em Palermo divulgaram uma nota pedindo a demolição da estátua. “Mais uma vez, temos que sofrer a humilhação de nos ver representadas sob a forma de um corpo sexualizado, sem alma e sem qualquer conexão com as questões sociais e políticas da história”, dizia o texto.

Para Monica Cirinnà, uma senadora do partido, a escultura é “um tapa na cara da história e das mulheres que ainda são apenas corpos sexualizados”. “Esta estátua da respigadora nada diz sobre a autodeterminação da mulher que optou por não ir trabalhar para se levantar contra o opressor Bourbon”, explicou no Twitter.

No Facebook, o prefeito da cidade, Antonio Gentile, defendeu a estátua justificando que a mesma foi “feita com habilidade e interpretação impecável” por Emanuele Stifano, artista responsável pela obra. Ela ainda afirmou que sua cidade “não estava disposta a questionar seus valores, princípios e tradições”.

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Na mesma rede social, o artista alegou estar “chocado e desanimado” com as críticas. Ele defendeu seu trabalho ao dizer que sua intenção era “representar um ideal de mulher, evocar o seu orgulho, o despertar de uma consciência”. Segundo ele, o projeto foi aprovado pelas autoridades.

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