Um grupo de feministas americanas, as Guerrilla Girls, vestem máscaras para questionar a baixa representatividade feminina no mundo das artes. “As mulheres precisam estar nuas para entrar no museu?”, diz um de seus cartazes, em referência às infinitas pinturas e fotografias – em sua maioria assinadas por homens – que recheiam esses locais. Este ano elas comemoram três décadas de existência.
As Guerrilla Girls surgiram em 1985 quando o Museu de Arte Moderna de Nova York organizou uma exposição que reunia 169 artistas contemporâneos em evidência. Dessa lista, apenas 13 era mulheres! Desde que começaram elas não revelam suas identidades e adotam pseudônimos de artistas famosas, como da mexicana Frida Kahlo e da alemã Käthe Kollwitz.
As máscaras foram uma maneira bem-humorada de manter o foco na reivindicação, e não na identidade ou aparência. “Usar essa mascara dá um certo tipo de liberdade para você dizer o que quiser. Eu realmente recomendo. Se está em uma situação em que sente medo de falar, coloque a máscara! Você não vai acreditar no que vai sair da sua boca!”, dá a dica uma delas no vídeo abaixo (em inglês), lançado pelo The New York Times.
Nos últimos anos, as ativistas têm se dedicado a questionar a tímida participação feminina na música e no cinema. Vale lembrar que, em 2014, mulheres dirigiram apenas 7% das 250 maiores bilheterias do ano nos Estados Unidos, segundo um estudo do Centro de Estudos das Mulheres na Televisão e no Cinema, da Universidade Estadual de San Diego. Confira a seguir uma série de ações assinadas pelo grupo. As Guerrilas continuam de olho!
O cartaz de 1988, quando Museu de Arte Moderna de Nova York organizou uma exposição que reunia 169 artistas contemporâneos em que apenas 13 eram mulheres. “Menos de 4% das artistas selecionados pelo Museu de Arte Moderna são mulheres, mas 76% dos nus são femininos”.
“Apague a discriminação”
A versão atualizada do manifesto de 1985: “Mulheres precisam estar nuas nos clipes de música, enquanto 99% dos homens estão vestidos?”
O vídeo do The New York Times mostra a comemoração dos 30 anos do grupo, que aconteceu este ano
Luara Calvi Anic é editora de CLAUDIA e dá dicas de cultura semanalmente. Para falar com ela, clique aqui.