No último domingo (4), uma mulher australiana foi impedida de amamentar seu filho na Disney de Paris. O argumento para barrar a alimentação da criança foi que o ato poderia chocar pessoas de outras culturas e religiões, como contou o Le Parisien.
O impedimento se tornou público após a psiquiatra francesa e também mãe, Marie, observar o momento. Ela postou em seu Twitter o acontecimento uma foto da australiana com seu bebê no colo. “Isso ocorreu na França, em julho de 2021! Delito de entrave à amamentação, onde estamos?”, protestou a psiquiatra.
Marie também disse que compararam a atitude de amamentar uma criança com usar máscaras para Covid-19, o que na visão dela não tem nada a ver.
Para defender a outra mãe, Marie se sentou ao lado dela e começou a amamentar seu filho também. “Os agentes ficaram boquiabertos. Não me disseram nada e não tiveram nenhuma reação, certamente temendo enfrentar um agrupamento de mulheres amamentando seus bebês”, contou.
Além da psicóloga, a Justiça francesa também não gostou da atitude dos agentes. A ministra da Cidadania, Marlène Schippa, repudiou a atitude do parque nas redes sociais.
“Prezada @DisneylandParis, amamentar um bebê não é um delito. Que vocês tenham salas para isso é bom, mas não decidam onde e quando um bebê vai ter fome”, disse. “Não comecem vocês também a estigmatizar as mães, já é difícil enfrentar isso em outros lugares”, alertou.
A Disney se desculpou pelo Twitter e disse que no parque não há restrições de amamentação.”Lamentamos profundamente essa situação e apresentamos novamente sinceras desculpas à mãe em questão. O pedido que lhe foi feito não tem relação com nosso regulamento interior e nossos valores. Não há nenhuma restrição de amamentação na Disneyland Paris”, salientou.
Mas a mãe da criança disse que o ocorrido a traumatizou e nunca vai sair de sua memória. “Meu coração acelera cada vez que tenho que alimentar minha bebê. É preciso que parem de incomodar as mães”, pediu.