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Damares Alves teria tentado impedir aborto de menina de 10 anos do ES

Na época em que a notícia da menina veio à tona, Damares enviou representantes de seu Ministério a São Mateus (ES)

Por Da Redação
Atualizado em 21 set 2020, 10h37 - Publicado em 21 set 2020, 10h35
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  • A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, teria trabalhado para impedir que a menina de 10 anos, que engravidou ao ser estuprada pelo tio no Espírito Santo, fosse submetida a um aborto. 

    Segundo a Folha de S.Paulo, Damares coordenou uma operação que pretendia transferir a vítima de São Mateus (ES) para Jacareí (SP). A ideia era que lá a menina receberia acompanhamento para prosseguir com a gestação, por mais que isso representasse risco de morte para ela.

    Na época em que a notícia da menina capixaba veio à tona, Damares informou que havia enviado representantes de seu ministério para São Mateus, a fim de acompanhar o caso. No entanto, ela nunca revelou os pormenores da atuação de seus enviados. De acordo com a Folha, houve pressão sobre os responsáveis pelo caso, envolvendo até promessa de benfeitorias ao conselho tutelar local – que incluiriam um carro de 70 mil reais, equipamentos, e a criação de um segundo conselho tutelar para atender a região.

    Além de pessoas ligadas ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a comitiva que representou Damares no Espírito Santo também contava com o deputado estadual capixaba Lorenzo Pazolini (Republicanos). Em junho, ela ganhou notoriedade por invadir um hospital, a fim de mostrar que leitos de hospital estavam vazios em plena pandemia de Covid-19. A ação foi realizada em conjunto com outros deputados estaduais, seguindo um pedido que Jair Bolsonaro fez na época, através de uma live. 

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    A Folha também afirma que pessoas envolvidas no processo realizado em São Mateus garantem que representantes do ministério são as responsáveis por fornecer os dados da vítima a Sara Winter – a extremista que divulgou as informações da menor nas redes sociais.

    Essa exposição fez com que a menina e sua família recebessem ataques. Diversas pessoas chegaram a se reunir em frente ao hospital onde o aborto foi realizado, em Recife (PE), chamando a criança de “assassina” e atacando a equipe médica do local. Em 2019, Sara trabalhou durante alguns meses no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e, em mais de uma entrevista, disse que Damares é como uma mãe para ela.

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