O primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro foi marcado por enredos repletos de críticas sociais e referências religiosas. Estácio de Sá, Viradouro, Mangueira, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio, União da Ilha e Portela levantaram o público em uma noite especial na Sapucaí.
Estácio de Sá
Depois de quatro anos, a Estácio de Sá voltou a desfilar pelo Grupo Especial. A escola levou para a avenida o papel das pedras preciosas na história da humanidade. Em busca de seu segundo título, a Estácio contratou a experiente carnavalesca Rosa Magalhães para tentar chegar ao pódio. Fazendo duras críticas à exploração de minérios, a escola desfilou com 3200 integrantes.
Viradouro
Segunda escola a pisar na Sapucaí, a Viradouro trouxe para o Carnaval 2020 o enredo “Viradouro de Alma Lavada”, contando a história das Ganhadeiras da Lagoa do Abaeté, mulheres lavadeiras que por gerações ganharam a vida com seu trabalho à margem da lagoa. O destaque da apresentação foi a atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia Veloso, que, vestida de sereia, dava mergulhos de até um minuto em um aquário com 7 mil litros de água.
Apesar da beleza do desfile, a escola teve um problema com o último carro alegórico e as luzes de alguns refletores falharam.
Mangueira
Campeã do Carnaval 2019, a Estação Primeira de Mangueira levou para a avenida o samba-enredo “A Verdade Vos Fará Livre”, fazendo uma releitura crítica da história de Jesus Cristo. Em busca do bicampeonato, a escola trouxe no carro abre-alas Nelson Sargento, presidente de honra, e a cantora Alcione representando José e Maria. Já a rainha de bateria, Evelyn Bastos, desfilou, sem sambar, interpretando Jesus mulher. Com referências a indígenas e a membros da comunidade LGBT+, a Mangueira ainda colocou na avenida uma estátua gigante de um jovem Jesus negro sacrificado.
Paraíso do Tuiuti
Com o enredo “O Santo e o Rei: Encantarias de Sebastião”, a Paraíso de Tuiuti juntou a história do rei português Dom Sebastião com a crença religiosa do padroeiro do Rio de Janeiro, São Sebastião. Enaltecendo a fé, o desfile foi uma forma de chamar à atenção para a situação atual da cidade e pedir mais segurança. Levando lendas brasileiras e portuguesas para a Sapucaí, a escola elegeu a apresentadora Lívia Andrade como madrinha de bateria.
Grande Rio
Quinta escola a pisar na avenida, Grande Rio contou a história do pai de santo Joãozinho da Gomeia, retratando-o como líder religioso negro, nordestino e homossexual. Com um desfile marcado pelas cores, a escola conseguiu ‘levantar o público’ com as interrupções da bateria que abriam alas para que a plateia cantasse o refrão. Outro destaque da escola foi o retorno de Paolla Oliveira como rainha de bateria. Fantasiada de Cleópatra, fazia dez anos que a atriz não desfilava no Carnaval do Rio de Janeiro.
A Grande Rio teve problemas logo com o seu primeiro carro, provocando atrasos e correria nas outras alas.
União da Ilha
Com uma temática realista, a União da Ilha levou para a avenida a dura realidade das favelas do Rio. Referências a armas, pessoas passando fome, desempregados e moradores de rua permearam o desfile. Mas a escola também levou alegria ao falar da cultura do funk e do próprio carnaval. Como rainha de bateria, Gracyanne Barbosa representou um pedido de paz. Com problemas no terceiro carro alegórico, o desfile ultrapassou um minuto além do limite.
Portela
Maior campeã do Carnaval do Rio, a Portela entrou na avenida com o enredo “Guajupiá, terra sem males”, retratando as belezas do Rio de Janeiro antes da colonização. Em busca da sua 23ª vitória, a escola animou o público com fantasias em tons vibrantes.
Nesta segunda-feira, São Clemente, Vila Isabel, Salgueiro, Unidos da Tijuca, Mocidade e Beija-Flor entram na avenida para a segunda e última noite de desfiles do grupo especial.
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