Pandemia empurrou mais 150 milhões de crianças para pobreza extrema
A análise foi feita em mais de 70 países pela UNICEF e a Ong Save the Children. Houve um aumento de 15% no número de crianças vulneráveis
Uma nova pesquisa apontou que a pandemia causada pelo coronavírus colocou mais 150 milhões de crianças em situação de pobreza extrema. A conclusão faz parte do estudo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e da ONG britânica Save the Children, publicada na quarta-feira, 16..
Agora, são cerca de 1,2 bilhão de crianças vivendo na chamada pobreza multidimensional, que é a falta de acesso a saúde, educação, nutrição, habitação, e saneamento básico. A análise foi feita em mais de 70 países – os números representam um aumento de 15%, na comparação com o período de pré-pandemia.
O estudo ressalta que cerca de 45% das crianças foram severamente privadas de, pelo menos, uma das necessidades essenciais em meio à pandemia. Além do cenário crítico já apresentado, a UNICEF informou que pode piorar nos próximos meses.
“A COVID-19 e as medidas de bloqueio impostas para prevenir a sua propagação empurraram milhões de crianças ainda mais para a pobreza. Famílias à beira de escapar da pobreza foram puxadas de volta, enquanto outras estão passando por níveis de privação que nunca viram antes. O mais preocupante é que estamos mais perto do início desta crise do que do seu fim”, disse Henrietta Fore, Diretora Executiva do UNICEF.
O relatório observou que, as crianças que antes já viviam em situação de pobreza, agora estão ainda mais vulneráveis a uma piora. Algumas delas podem sofrer mais de uma privação das necessidades. Antes da pandemia, o número médio de privações era de 0,7. Estima-se que agora, é 0,85.
“Os governos devem priorizar as crianças mais marginalizadas e suas famílias por meio da rápida expansão dos sistemas de proteção social, incluindo transferências de dinheiro e benefícios para crianças, oportunidades de aprendizagem à distância, serviços de saúde e alimentação escolar. Fazer esses investimentos críticos agora pode ajudar os países a se prepararem para choques futuros”, informou Henrietta.