A estudante universitária Natália Ribeiro dos Santos Costa, de 19 anos, foi encontrada morta pelo Corpo de Bombeiros nesta segunda-feira (1), no Lago Paranoá, em Brasília. O principal suspeito do crime é Wendel Yuri de Souza Caldas, jovem com quem ela foi vista pela última vez antes de desaparecer durante uma festa no Clube Almirante Alexandrino, que pertence à Marinha, no Setor de Clubes Norte da cidade.
O rapaz foi levado à delegacia para prestar depoimento. Nele, Wendel afirma que não conhecia Natália antes da festa e que ela se aproximou dele “para puxar papo”. Segundo seu relato, a jovem teria o elogiado e Wendel respondeu que “tinha namorada”.
A reação da jovem, segundo ele, foi morder seu braço esquerdo “para causar ciúme a namorada”. Depois disso, Natália teria entrado no lago sozinha e Wendel teria a perdido de vista. Ainda de acordo com o depoimento, ele chegou a procurar a garota, mas como a água estava calma, ele acreditou “que ela também já tinha ido”.
Porém, câmeras de segurança da Marinha desmentem o depoimento do suspeito. O vídeo, que está sob posse da Polícia Civil do Distrito Federal, mostra uma sequência de nove minutos – do momento em que eles entram no lago juntos até a volta de Wendel para a superfície, sozinho. A polícia não autorizou a reprodução do vídeo.
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Nas imagens, checadas pelo G1, Natália desce do barranco próximo ao lago correndo e ela e Wendel param na beira para conversar – não é possível identificar se eles estavam brigando. Os dois, depois, entram no lago e ficam com a água até o pescoço, um de frente para o outro. Em seguida, Natália afunda e Wendel volta para a beira do lago e fica observando antes de entrar mais duas vezes sozinho no lago. Por fim, ele vai embora.
Nariz e boca desfigurados
Célio Ribeiro dos Santos, tio de Natália, conta que o corpo da universitária estava machucado e com marcas de agressão: “Nariz e boca estão desfigurados, mostrando que ele bateu nela.”
A polícia afirma, também, que a boca da jovem estava ferida e que a mão de Wendel estava machucada. Segundo os investigadores, aparentemente, ambos estavam sob efeito de álcool.
Edivânia dos Santos, mãe de Natália, afirma que a filha “foi deixada para trás” pelos amigos. “Foram embora deixando a minha filha para trás. Não fizeram nada. Por que eles não buscaram ela?”, lamenta. A mãe ainda afirma que o corpo de Natália tinha mordida e arranhões e discorda da possibilidade dela ter se afogado.
“A minha filha sabia nadar. A minha filha era acostumada ir para as praias, Rio de Janeiro, cachoeiras, ela sabia nadar”, argumenta.
O corpo da jovem, que foi encontrado 20 horas depois do seu desaparecimento, será enterrado hoje (3), no cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. O velório está marcado para começar às 10h e o sepultamento às 16h.