O corpo de Salvador Dalí, pintor espanhol conhecido por suas singularesobras surrealistas, será exumado, por ordens de uma juíza de Madrid, para que sejam obtidas amostras biológicas para a realização de um teste de paternidade. O motivo? Uma ação movida por Pilar Abel, que luta para ser reconhecida como filha do pintor.
O DNA do artista, que morreu em janeiro de 1989 e está enterrado em seu museu na cidade espanhola de Figueres, sua terra natal, é necessário para comprovar se ele é realmente o pai biológico de Abel, uma vez que, segundo reportagem do El País, não é possível reconhecer traços semelhantes entre Dalí e a suposta filha.
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De acordo com a juíza María del Mar Crespo, a encarregada do caso, o procedimento de exumação precisa ser realizado porque “não existem vestígios biológicos nem objetos pessoais a partir dos quais se possa realizar o teste no Instituto Nacional de Toxicologia”. Então, ela determinou que um médico forense de Figueres faça a coleta e mande o material para o Instituto.
Ainda assim, de acordo com o advogado de Pilar, Enrique Blánquez, não há data certa para a realização do procedimento. Ele acredita, no entanto, que poderá acontecer no mês de julho. Se Abel for reconhecida como filha de Dalí, mediante a um outro processo, ela poderá usar seu sobrenome e receber direitos de autoria.
A suposta filha do surrealista nasceu em 1956 também em Figueres e, de acordo com sua versão da história, foi fruto de uma relação clandestina de sua mãe com o pintor em Port-Lligat, onde a progenitora trabalhava como empregada. No ano de 1955, ela voltou para a cidade onde morava, se casou e poucos meses depois nasceu Pilar.
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Abel, que desde 2007 move processos para o reconhecimento da paternidade, contou ao jornal que sua avó paterna foi a primeira pessoa a lhe falar que era filha de Dalí, repetindo diversas vezes que sabia que ela não era filha de seu filho, mas, sim, de um “grande pintor”. A avó também dizia amá-la da mesma maneira, ainda que fosse “esquisita como seu pai”, fazendo referência ao surrealista. “Tenho esperança de que, depois de três testes de DNA, dos quais nunca vi os resultados, desta vez iremos até o fim”, confessou Pilar ao jornal El País.
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