“Você pode ser qualquer coisa que quiser ser, quando você é uma mulher no mundo corporativo.” Assim começa a propaganda de um jogo falso de tabuleiro para meninas chamado “Glass Ceiling”, que em livre tradução para o português significa “Teto de Vidro”. Veiculado pelo canal de TV Comedy Central como uma sátira de todos os desafios que as mulheres enfrentam em qualquer empresa, a propaganda se inicia com três garotinhas jogando uma partida.
Engenheira, advogada e a maior banqueira investidora do mundo foram as profissões escolhidas pelo trio, que já de cara são questionadas pela voz feminina em off: “Ah, Stacy! Claro que você pode ser uma banqueira investidora, mas você realmente acha que pode ser a número um?” E a pequena rebate: “Por que não?” Conforme as meninas vão pegando os cartões com as mensagens, os desafios típicos de uma mulher em qualquer ambiente corporativo começam a tomar forma: “Seu alto grau de instrução não passou despercebido. Seu chefe teve a masculinidade afetada. A promoção vai para Blake que não tem nenhum diploma. Ande uma casa para trás.”
Ao sortear mais uma carta, Stacy se irrita: “Sua aparência é considerada uma distração para seus colegas de trabalho que são homens. Ande duas casas para trás”, e responde “Mas isso não é justo!” A sátira ainda vai além do machismo intrínseco no ambiente de trabalho no trecho em que são apresentados outros passatempos destinados ao público infantil feminino: ” Dos criadores de Chop Till You Drop (Compre Até Se Acabar) e Guess Who Is Pregnant (Adivinhe Quem Está Grávida), vem aí o novo jogo para meninas.”
Mas o que começou com apenas uma brincadeirinha para meninas acaba por alcançar o limite quando elas tiram a carta: “Seu chefe te assediou sexualmente. Você: A) Vai reclamar no RH. B) Finge que não aconteceu. C) Dorme com ele?” Então elas são contundentes na pergunta: “Essas são as minhas únicas opções?” Por fim, uma das pequenas acaba por resolver denunciar – mesmo que o assédio no trabalho não seja tão simples assim como num jogo de tabuleiro: “Eu não sei o que significa RH, mas acho que vou até lá.”
Por fim, a “moral da história” ou melhor dizendo, desta partida é explícita: “Nenhuma dessas opções te fazem quebrar essas dificuldades de ascensão. Agora vocês entenderam!” O comercial ainda encerra de uma maneira épica quando apresenta outro tabuleiro, desta vez, destinado apenas a meninos, chamado Privilégio.
Dê o play e se revolte assim como todas as mulheres que “jogam” todos os dias uma partida diferente deste jogo em seus ambientes de trabalho: