Conheça as convocadas da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo
O Mundial Feminino começa nesta sexta-feira (7) e será transmitido na TV Aberta
A Copa do Mundo de Futebol Feminino começa na próxima sexta-feira (7) e, pela primeira vez, os jogos das mulheres da Seleção Brasileira serão transmitidos pela TV aberta. O campeonato será disputado por 23 seleções em nove cidades-sede na França – Paris, Lille, Nice, Montpellier, Rennes, Le Havre, Valenciennes, Reims e Grenoble. O time brasileiro está no Grupo C, junto de Austrália, Itália e Jamaica. O primeiro jogo do Brasil é no dia 9, domingo.
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Para anunciar as convocadas do técnico Vadão, foi realizado um evento na sede da CBF no Rio de Janeiro. A convocação também contou com uma divulgação especial no Twitter.
Conheça as 23 jogadoras da Seleção Brasileira na Copa do Mundo:
Goleiras:
Aline Reis, 29 anos, é da cidade de Aguaí (SP). A goleira quase desistiu do futebol até que, aos 18 anos, foi descoberta por um olheiro americano e assim conseguiu continuar fazendo o que amava, mas no exterior. Aline foi aprovada em três faculdades nos Estados Unidos depois de enviar seus vídeos jogando, mas escolheu ficar na Universidade Central da Flórida, onde começou a treinar, se formou e depois fez mestrado. Hoje, ela joga no Tenerife, na Espanha.
Muita gente foca em apenas uma coisa quando vê Aline: ela tem apenas 1,63m, altura considerada baixa para uma goleira. Ela conta que treina muito para desenvolver outras qualidades necessárias nessa posição, como agilidade e impulsão e afirmou que o Brasil é o único país em que a questionam por sua altura, nos outros lugares onde jogou isso nunca foi uma questão.
Bárbara Barbosa, de 31 anos, é recifense e atualmente defende o Avaí/Kindermann, de Santa Catarina. Ela jogou por anos em times na Alemanha e Suécia e atuou pela Seleção sub-20. Sua atuação na Seleção foi determinante em um jogo contra a Austrália nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Depois de o Brasil perder um pênalti, Bárbara conseguiu defender duas cobranças das australianas, o que fez com que conseguíssemos a classificação para as semifinais do campeonato.
A carioca Lelê, de 24 anos, faz sua estreia na Seleção em 2012, na equipe sub-20. Neste mesmo ano, conquistou o título do campeonato Sul-Americano com o time. Hoje, ela defende o Corinthians, com quem foi campeã brasileira em 2018.
Laterais:
Camila conquistou seu sonho de defender seu país no mundial principal pela primeira vez na Copa desse ano. A catarinense de 24 anos deixou a casa dos pais aos 13 para tentar crescer no futebol, mas apenas muitos anos depois conseguiu destaque, ao mudar para os Estados Unidos para jogar pelo Houston Dash.
Para Camilinha – que tem esse apelido por causa da baixa estatura, 1,59m – o futebol é sua maneira própria de exercer o feminismo e combater todos os insultos e ofensas que sofreu na vida por escolher a carreira. Há dois anos, a jogadora foi contratada pelo Orlando Pride, onde joga até hoje.
Poliana foi a última convocada da Seleção. A lateral-direita foi chamada para se juntar ao time por Vadão na segunda (2) depois que Fabi sofreu uma lesão na coxa que a impossibilitou de jogar. Ela defende o São José, de São Paulo.
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Natural de Atibaia, interior de São Paulo, Letícia começou a carreira no XV de Piracicaba e logo depois foi para o São José. Aos 20 anos, ela saiu do país para jogar na Europa, onde está até hoje, aos 24, defendendo o SC Sand, da Alemanha. O contrato de um ano foi estendido depois da jogadora impressionar o técnico do time com sua habilidade.
Letícia foi escalada para a Seleção Brasileira pela primeira vez em 2017, para um amistoso contra a Bolívia. Nesse jogo, ela deu assistência a Marta no terceiro gol do Brasil, que ganhou a partida por 6×0.
Hoje, aos 31 anos, Tamires consegue viver do futebol, mas não foi sempre assim. A lateral-esquerda joga desde pequenininha e já passou por vários clubes, mas quando fez 19 anos, conseguiu dar um grande passo na carreira e foi contratada por um time americano. Dois anos depois, Tamires acabou engravidando e acreditou que teria que abandonar seu sonho para se dedicar à família.
Por alguns anos, foi isso que realmente aconteceu. A mineira deixou os gramados e passou apenas a cuidar do filho e acompanhar o marido, que também era jogador, até receber uma proposta do Atlético Mineiro que a fez voltar a jogar. Infelizmente, a família passou a ficar dividida, já que cada um trabalhava em um lugar e, novamente, Tamires largou a carreira.
Em 2015, ela recebeu a proposta para jogar no Fortuna, time da Dinamarca, onde está até hoje. Ela resolveu que dessa vez não abria mão de fazer o que amava e, então, foi o marido, César Britto, que encerrou a carreira para acompanhar a esposa e o filho.
Tamires é a única jogadora da Seleção Brasileira que é mãe.
Zagueiras:
A paulistana Érika, 31 anos, começou a carreira aos 15, no Juventus (SP). Passou por vários times brasileiros até ir para os Estados Unidos jogar no FC Gold Pride, aos 20. Anos depois, a zagueira passou uma temporada de um ano no francês Paris Saint-Germain e, prestes a renovar o contrato, foi convidada para integrar a equipe do Corinthians, seu time de coração. Ela recusou a oferta do PSG e de um time francês para finalmente voltar ao Brasil.
Esta será a segunda vez que Érika jogará pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
Kathellen nasceu na Baixada Santista e se destacou no futsal desde pequena. Foi através do esporte que conseguiu uma bolsa para estudar em uma escola boa em São Vicente, onde conheceu um treinador que alguns anos depois a introduziu uma empresa que ajuda atletas a conseguirem bolsas de estudo nos EUA. Ela conseguiu e, aos 18, deixou a Baixada para tentar carreira no futebol de campo, o que realmente amava jogar.
Kathellen passou os quatro anos de faculdade jogando em times universitários e se destacou, sendo contratada pelo Girondins de Bordeaux, time de primeira divisão da França, no início do ano passado, aos 22 anos. Em junho do mesmo ano, mesmo sem nunca ter jogado em um time profissional brasileiro, a zagueira chamou atenção do analista de desempenho da Seleção e foi convocada pela primeira vez. É uma das atletas mais jovens do time.
Monica Hickmann, de Porto Alegre, tem 31 anos. Ela foi a primeira em muitas coisas. Foi a primeira brasileira a jogar no time americano Orlando Pride, que hoje tem 4 atletas do país, a primeira brasileira a atuar em um time australiano e também fez parte da primeira Seleção feminina sub-20, em 2004. A convocação para a principal foi em 2006.
Depois de quase 3 anos fora da terra natal, Monica voltou ao Brasil para jogar pelo Corinthians.
Tayla, de 27 anos, é de Praia Grande e começou a carreira de jogadora no Santos. Ela já disputou a última Copa do Mundo com a Seleção e atualmente joga no Benfica, de Portugal, onde conquistou a Taça Portugal de Futebol Feminino.
Meio-campistas
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Assim como Poliana, Luana, de 26 anos, também foi convocada por Vadão depois do anúncio oficial. Ela chegou para substituir Adriana, que teve que ser afastada por uma lesão no joelho. Essa será a primeira Copa do Mundo de Luana na Seleção principal. Atualmente, ela joga no KSPO, da Coreia do Sul.
A gaúcha Andressinha, apesar de ter apenas 24 anos, é veterana com a camisa da Seleção. Este será seu sexto mundial defendendo o Brasil, dois deles pelo time principal. A paixão pelo esporte surgiu muito cedo, mas não havia nenhum time feminino para que ela pudesse praticar na cidade onde morava. Com apoio do pai, Andressinha conseguiu, aos 8 anos, entrar para uma equipe masculina, mesmo contra a vontade dos jogadores.
Para que ela pudesse continuar praticando, anos depois o pai de Andressinha criou um time feminino, onde ele era o treinador. Foi assim que a jogadora começou a carreira e, aos 14 anos, conseguiu a convocação para a Seleção Brasileira sub-17 sem ao menos ter um time oficial.
Depois de uma temporada fora do país, onde conseguiu notoriedade, hoje ela joga pelo Portland Thorns FC, nos Estados Unidos.
Formiga
Formiga, nascida em Salvador, é a única jogadora que participou de todos as Olimpíadas desde que o futebol feminino se tornou modalidade oficial e é, entre homens e mulheres, a atleta que disputou mais vezes a Copa do Mundo, 7 no total.
O apelido surgiu quando ela tinha 12 anos e ainda jogava entre meninos, em referência a agilidade da atleta. Jogou em vários times brasileiros e também internacionais. Ela conseguiu superar todos os obstáculos impostos a uma mulher negra que queria jogar futebol e hoje, aos 41 anos, continua sendo uma das melhores jogadoras do esporte no mundo, atuando pelo Paris Saint-Germain.
Formiga e Marta foram as primeiras mulheres a fazerem parte do Museu do Futebol, que até então só dava destaque para os homens.
Natural de Xambrê, no Paraná, Thaisa jogava vôlei, handebol e basquete na infância, mas sua paixão mesmo sempre foi o futebol. Ela não podia treinar, pois não havia nenhum time feminino na sua cidade, então seu primo, que era professor de Educação Física, passou a treiná-la.
Sua primeira convocação para a Seleção foi em 2013 e, atualmente, Thaisa atua no Milan, da Itália.
Atacantes
Apaixonada por futebol desde pequena, Andressa Alves, de 26 anos, contou, em uma campanha que protagonizou para a Nike, que ganhava várias bonecas quando criança, mesmo que nunca tenha gostado de brincar com elas. Já que não conseguia que a presenteassem com uma bola para que ela pudesse praticar o esporte que amava, ela usava as cabeças das bonecas para jogar futebol.
Aos 18 anos, conseguiu entrar para um time profissional, o Juventus, e em 2015, aos 23, foi para fora do Brasil, onde está até hoje atuando pelo Barcelona. Sua primeira convocação para a Seleção principal foi em 2012.
O preconceito contra as mulheres no futebol fez com que Bia, de Araraquara, quase desistisse do esporte. Desde pequena, ela sempre jogou com os meninos na escola sem nenhum problema, mas os boatos que corriam na cidade e todas as críticas que recebia fizeram com que a jogadora deixasse de jogar por um tempo.
Ela tentou o futsal, mas não gostou e então passou a jogar vôlei e por anos se recusou a voltar para o futebol de campo. Aos 13 anos, finalmente entrou em um time feminino e no mesmo ano foi convocada para a Seleção sub-17. Hoje, ela joga pelo Hyundai Red Angels, da Coreia do Sul.
Cristiane, 34 anos, é a maior artilheira da história das Olimpíadas. Depois dos Jogos Olímpicos de 2015, quando ia se apresentar no PSG, a jogadora foi diagnosticada com depressão e depois de anos fora do Brasil, Cris voltou ao país esse ano, para jogar no São Paulo e ficar mais perto da família.
Para conseguir jogar quando criança, Debinha montou um time com as amigas na escola e foi através dele que se destacou e conseguiu jogar no Saad, aos 16, sem sequer ter participado de um time de base. A atacante joga pela Seleção desde 2011 e está no time americano North Carolina Courage desde 2017.
Geyse é a jogadora mais nova do time, tem apenas 21 anos. Ela, que teve uma infância muito humilde por ser filha de uma gari, é uma das promessas da Seleção nessa Copa. A alagoana vai disputar seu primeiro Mundial no time principal, mas já se destacou no campeonato português, em que defende o Benfica, e marcou 51 gols em 29 partidas.
Quando pequena, Ludmila perdeu o pai e não conheceu a mãe, por isso, passou boa parte da infância em um orfanato. Quando cresceu um pouco e foi morar com uma tia, encontrou refúgio da realidade difícil no esporte. Diferentemente das outras meninas, Ludmila não começou no futebol. Ela treinava atletismo e foi durante um dos seus treinos que foi convidada para participar de um teste para jogar no Juventus.
Sem nunca ter passado por uma escola de base, ela conseguiu impressionar a técnica por sua velocidade e conseguiu a vaga no time. Depois do Juventus, ela passou por vários outros times brasileiros até ser convocada pela primeira vez em 2014. Agora, ela tem um contrato com o Atlético de Madrid até 2020.
Natural do interior de Alagoas, Marta foi fundamental na evolução do futebol feminino, que era proibido até 1979. Ela foi criada pela mãe e avó e, depois de anos tentando jogar com os meninos do bairro em que morava, conseguiu participar de uma paneira para o Vasco da Gama, no Rio, onde começou a carreira.
Ela foi uma das primeiras jogadoras a ter mais destaque na mídia e a trazer mais atenção para o futebol feminino. Já venceu o prêmio de melhor jogadora seis vezes. Atualmente, ela defende o Orlando Pride e é embaixadora da ONU Mulheres, onde luta pela igualdade de gênero no esporte.
–Depois de uma infância jogando em campos de terra em Belo Horizonte, Raquel fez parte da primeira equipe feminina do Atlético Mineiro. Era muito difícil seguir na modalidade em um time tão recente, então ela mudou para São Paulo para continuar seguindo o sonho.
Raquel, de 28 anos, defende a Seleção Brasileira desde 2014, quando foi convocada para a Copa América.
O primeiro jogo do Brasil no Mundial de 2019 será no domingo (9), contra a Jamaica, na cidade de Grenoble, na França.
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