Carol Solberg, a jogadora de vôlei que foi advertida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) após ter declarado “Fora, Bolsonaro!” em entrevista ao vivo, disse que se sentiu censurada com o ocorrido, durante entrevista a Fábio Porchat, no Papo de Segunda, da GNT.
Devido sua declaração, feita logo após conquistar a medalha de bronze no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, Carol poderia ter recebido uma penalidade de 100 reais a 100 mil reais e uma suspensão de até seis semanas. No entanto, depois de ter recebido apenas um voto a favor da punição, a atleta recebeu apenas uma advertência, além da multa.
“Eu acho uma loucura alguém dizer o que posso e o que eu não posso. É isso, vou recorrer, não concordo com essa decisão. Acho que me sinto no direito quando tô dando uma entrevista, é o momento onde eu tenho voz. Eu acho que tenho que poder falar o que eu quiser, sim”, declarou a jogadora a Porchat.
Carol ainda afirmou que não usou a entrevista como palanque. “Não é política, são questões de direitos humanos, vai para outro lugar. É uma indignação, eu sou uma cidadã, como outro qualquer. Quero estar numa entrevista e me sentir à vontade, falar o que eu quiser, o que eu acredito”, declarou.
A atleta também opinou sobre o papel que o atleta exerce ao se pronunciar sobre determinados assuntos. “Eu acho curioso que a sociedade fala muito que os atletas são exemplo para as crianças, para a nova geração e eu fico me perguntando que exemplo é esse de uma pessoa totalmente alienada, que não fala nada sobre o que pensa, que não tá nem aí com o que está acontecendo no mundo?”, questionou Carol. “Ou a gente muda esse nosso texto de que o atleta é exemplo ou o atleta não é exemplo para nada. Se o atleta não pode falar, ele não pode ser exemplo para nada”, completa.
‘Se o atleta não pode falar ele não é exemplo para nada’ Carol Solberg 👏👏 #PapoDeSegundaNoGNT pic.twitter.com/TzfQNEZz5x
— Canal GNT em 🏠 (@canalgnt) October 20, 2020
Ao finalizar a entrevista, Porchat provocou uma brincadeira e questionou Carol sobre o que ele precisaria falar se tivesse um filho chamado Bolsonaro dentro de casa e ele quisesse que o garoto saísse para o lado de fora. Carol, então, respondeu: “Fora, Bolsonaro”.