Na última sexta-feira (21), o Brasil recebeu às 15h45 o voo que trouxe 30 brasileiros deportados dos Estados Unidos, no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Essa é a primeira deportação desde que o atual presidente estadunidense, Joe Biden, assumiu o governo norte-americano.
De acordo com a Polícia Federal, 106 pessoas deveriam ter sido deportadas neste momento. Segundo o Itamaraty, a redução ocorreu por questões judiciais e testes de detecção da Covid-19, que é exigido pela legislação brasileira para o retorno ao país.
Em fala ao jornalismo da Globo, o primeiro deportado a desembarcar, que se identificou apenas como Pedro, contou a sua experiência. “A imigração trata as pessoas como eles querem. Tratam mal. Tratam com desumanidade”, disse durante a abordagem.
O jovem, que diz ter viajado algemado até o Brasil, saiu de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em busca de uma vida melhor. Após entrar nos Estados Unidos pela fronteira com o México, ele acabou preso.
Outras experiências de maus-tratos já haviam sido narradas por outros deportados. Há relatos de fome e de apreensão de posses por parte daqueles que desembarcaram apenas com a roupa do corpo, documentos e o que sobrou do dinheiro que levaram.
Os voos de deportação se tornaram mais frequentes desde 2019 com a alteração na medida que permitia que imigrantes ilegais aguardassem em solo norte-americano a decisão e liberação do pedido de asilo por parte dos tribunais de imigração.
Atualmente, com a inclusão dos brasileiros no protocolo conhecido como “Fique no México”, a aprovação do pedido de asilo só pode ser aguardada fora do solo estadunidense. Sem a aprovação, haverá deportação.
Já são mais de 20 voos e cerca de 1.225 pessoas deportadas desde a decisão.