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Brasileira é assassinada pelo marido na França e deixa dois filhos

A família de Franciele Alves da Silva pede ajuda para conseguir ir à França e trazer o corpo da brasileira e seus filhos de volta ao Brasil

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 set 2020, 23h47 - Publicado em 28 set 2020, 23h21
 (Facebook/Reprodução)
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Na noite da última sexta-feira (25), a brasileira Franciele Alves da Silva, 29 anos, foi morta pelo marido, Rodrigo Martin, 27 anos, a facadas dentro do próprio apartamento na cidade de Champigny-sur-Marne, perto de Paris, na França.

Também nascido no Brasil, o assassino se entregou para a polícia no domingo e confessou o crime. Franciele deixou dois filhos, um com 2 anos e outro com 4, que estão sob a guarda do Estado francês.

Segundo informações do jornal Le Parisien, o casal vivia na França há dois anos. Rodrigo trabalhava no setor de construção civil, mas impedia que a esposa procurasse emprego. Após o crime, Rodrigo saiu do apartamento com os filhos e pediu para que uma vizinha chamasse a polícia. Em seguida, ele deixou as crianças na casa do patrão e fugiu.

Para CLAUDIA, a ativista Nellma Barreto, fundadora do coletivo Mulheres na Resistência, que auxilia brasileiras vítimas de violência doméstica, nunca tinha acompanhado um caso de feminicídio com brasileira no país.

“Nós ficamos sabendo do crime no sábado de manhã e uma conhecida da Franciele nos procurou para pedir ajuda, já que a família dela está toda no Brasil, em Maringá. Eles não têm condição nenhuma de arcar com o transporte do corpo”, explica Nellma, que conseguiu um suporte jurídico com uma advogada brasileira, que também mora em Paris. “Ela fará todo acompanhamento gratuito”, diz a ativista.

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Para que Rafaela Alves, irmã de Franciele, consiga ir para a França, uma vaquinha online foi criada pelo coletivo de Nellma. “Conseguimos uma funerária, mas a família precisa chegar ao país para autorizar a liberação do corpo e recuperar a guarda das crianças”.

Leandro Alves, irmão da vítima, também reforça essa batalha pelo traslado do corpo e pela vinda dos sobrinhos.”Queremos trazer minha irmã de volta para ela ter, pelo menos, um enterro digno. E as crianças viverem junto com a nossa família”.

A rotina de agressões para Franciele não era recente, infelizmente. Por meio de informações cedidas pela família, Nellma comenta que a vítima chegou a pedir ajuda em uma igreja, mas não teve uma resposta acolhedora. “Ele contou que sentia a irmã agitada. Conversando com Franciele, ela confessou que era agredida frequentemente, por isso Leandro aconselhou que pedisse ajuda ou fugisse”, diz.

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Na igreja que frequentava, ao contar sobre as violências que sofria, a vítima ouviu que era preciso perdoar o marido, em um tom que a culpabilizava. Segundo a ativista, é comum que brasileiras procurem apoio na religião fora do país. “Isso acontece pelo conforto que elas sentem em ter contato com a língua materna, mais do que pela crença em si”.

Ainda assim, segundo a ativista, Franciele queria denunciar as agressões que sofria do marido, mas era desencorajada pelo medo de ser deportada. “Ela não sabia, mas por estar no país há dois anos, receberia apoio mesmo sem ter a documentação regularizada”, considera Nellma.

O coletivo Mulheres na Resistência, que também está em contato com o prefeito da cidade, Laurent Jeanne, onde Franciele e os filhos moravam, fará uma passeata na região no próximo domingo (4) em memória da vítima e para cobrar rápidas providências em relação ao caso.

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Na França, não há crime por feminicídio, logo o assassino deve responder por homicídio doloso.

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