A proposta do Conselho de Direitos Humanos da ONU para garantir acesso universal à educação sexual para mulheres e meninas como uma das formas de lidar com a discriminação e violência encontrou a oposição do Brasil e países mais conservadores, como como Arábia Saudita, Catar, Bahrein, Paquistão e Iraque. O projeto, que foi apresentado na terça (7) em um encontro na Suíça, teve o apoio de todos os países ocidentais (menos o Brasil). O objetivo da ONU é de reforçar a meta de 2030 na luta pela igualdade de gênero.
A oposição, liderada pelo governo brasileiro, quer a eliminação de um parágrafo completo e alteração em vários trechos, especialmente o texto que faz referência ao aborto como parte de saúde reprodutiva. Embora a proposta não preveja legalização em todos os países e não impõe a noção a locais onde ele é proibido, a redação pede assistência às mulheres que sofram abortos. Os conservadores argumentam que não querem criar precedentes. O governo mexicano alertou que o pedido para retirar o capítulo de saúde e acesso à saúde reprodutiva enfraquece a luta contra a discriminação sofrida por mulheres e meninas.
Outra mudança que encontrou resistência na reunião foi a alteração na emenda, sugerida pelo Itamaraty, para incluir representantes de grupos religiosos (“organizações baseadas na Fé”) na formulação de políticas públicas. O impasse ainda não foi concluído e será votado na próxima semana.
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