Barbara Allen de Kwiatkowski, uma das mais famosas musas de Andy Warhol, faleceu aos 69 anos. A modelo, jornalista e socialite trabalhou com o artista na revista norte-americana Interview e foi frequentemente citada pelo pintor em seu diário, publicado em 1989 – o nome da musa apareceu, no total, 73 vezes nas escritas de Warhol.
Sua morte foi confirmada pela própria família da modelo ao site Page Six. “Ela faleceu pacificamente enquanto dormia”, disseram os familiares.
Nascida no Novo México, estado do sudoeste dos Estados Unidos, a família de Barbara se mudou para Reino Unido quando ela ainda era uma bebê. Seu pai fazia parte da Força Aérea estadunidense e estava atuando no local.
Aos 19 anos, começou a trabalhar na revista Interview, onde conheceu Warhol. Em 2007, Peter Beard, notório fotógrafo norte-americano e ex-namorado de Barbara – eles tiveram um relacionamento na década de 70 -, disse que “Barbara segura as chaves do outro lado da incrivelmente enorme história de Warhol“.
Como uma das musas do artistas, ela se juntou ao círculo interno da Andy Warhol‘s Factory, um estúdio de arte e também ponto de encontro para pessoas próximas do pintor, como Anita Pallenberg, Truman Capote, Bianca Jagger, Paul Morrissey e Baby Jane Holzer.
Ícone de beleza
No entanto, Barbara, como um dos maiores ícones de beleza de sua época, era o desejo de muitos homens. O cantor Mick Jagger, por exemplo, tentou invadir o quarto da modelo, pela janela, mas acabou entrando no quarto de Beard. O episódio marcante foi comentado pelo próprio fotógrafo em entrevista ao Observer em 2007. “Era por volta das três da manhã. Nós demos boas risadas”, conta.
Outras figuras masculinas, como Ryan O’Neal, Bryan Ferry, Bill Paley e Gianni Agnelli, também se interessavam pela modelo, que se considerava “perseguida”. “Havia muitos deles”, disse ela. “Quando mais você os afasta, mais você recebe atenção”, completou. À revista, Barbara também disse que namorou Warren Beatty por “um nanossegundo” e Jack Nicholson por “um pouco mais do que um nanossegundo”.
“Era difícil ser uma garota popular”, completou. “Todo mundo fica atrás de você e eu não gostava disso. Em retrospectiva, eu penso: ‘Uau, que legal’. Mas não, eu não transei com todas essas pessoas. Pareceu que sim, mas não. Porque eu sou uma garota meio normal”, contou.
Na mesma reportagem da Observer, o escritor Fran Lebowitz descreveu a importância de Barbara para o trabalho e vida de Warhol. “Barbara tinha esse visual particularmente valorizado na Factory (…) Andy aceitou a Barbara porque ela era o seu ideal de beleza americana”, afirmou.