Durante o caos político da tomada de poder do Talibã, os atletas Zakia Khudadadi e Hossain Rasouli precisaram vir às pressas de Cabul, capital do Afeganistão, para as Paralimpíadas de Tóquio. Com o apoio de organizações internacionais e governos diversos, ambos foram evacuados com sucesso do país.
Antes, o Afeganistão – que enfrenta um caos político e humanitário desde a tomada de poder pelo Talibã – havia comunicado ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC) que, por conta da retomada do poder do Talibã, os voos cívicos haviam sido cancelados e seria impossível enviar os competidores ao Japão. Em decorrência disso, chegou a ser comunicado que o país não iria mais competir nos jogos.
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Para representar os atletas, foi feito um desfile com a bandeira do Afeganistão na cerimônia de abertura, carregada por um voluntário nas Paralimpíadas, que teve início no dia 24 de agosto.
No parataekwondo, Zakia Khudadadi será a primeira mulher a representar o país nos jogos, entrando na categoria até 49 quilos. Ela faz parte da modalidade estreante, na prova para pessoas com deficiência nas partes inferiores do corpo. A atleta já compete na próxima quinta-feira (2).
Quem assume no atletismo é Hossain Rasouli, nos 4000m rasos T47 para corredores deficientes de membros superiores. Ele vai participar da fase eliminatória nesta sexta-feira (3), contra o brasileiro Petrúcio Ferreira.
O comitê agradeceu todos os desdobramentos para que as atletas pudessem chegar na competição. “Graças aos esforços notáveis de vários governos, o Centro de Esporte e Direitos Humanos, Direitos Humanos para Todos, o Comitê Paralímpico Francês, a Associação Paralímpica Britânica, Taekwondo Mundial, Zakia e Hossain estão agora em Tóquio para realizar seus sonhos, enviando uma forte mensagem de esperança para muitos outros ao redor do mundo.”
Ao chegar no Japão, os atletas fizeram exames e testaram negativo para Covid-19. Com intuito de preservar os competidores, o IPC, junto do chefe de missão do Afeganistão, Arian Sadiqi, decidiram restringir o acesso deles à imprensa, sendo assim eles não passaram pela zona mista (parte reservada aos jornalistas).