Assessora tirou perna do motorista do acelerador e chamou ajuda
Mulher que estava com vereadora acreditava que os dois estavam apenas desacordados
A assessora que acompanhava Marielle Franco (PSOL-RJ) quando a vereadora foi assassinada ouviu um estrondo e não viu nada fora do carro na hora dos disparos. Ela tirou a perna do motorista do acelerador, desligou o carro e se jogou para fora. Agachada, avisou o marido, que chamou socorro. Ela acreditava que Marielle e o motorista Anderson Gomes estavam apenas desacordados, e não mortos, de acordo com a coluna Mônica Bergamo, da Folha. A assessora prestou depoimento ainda na madrugada em que ocorreu o crime, por cerca de cinco horas.
Agora, a polícia apura participação de um segundo carro no assassinato de Marielle e de Anderson. Ganha cada vez mais força a hipótese de que a parlamentar tenha sido alvo de uma execução planejada. De acordo com a Polícia Civil do Rio, que investiga o caso, um segundo carro estaria envolvido no crime e foi identificado a partir de câmeras de trânsito e segurança nas proximidades da Casa das Pretas, na Lapa, onde Marielle Franco participou de um evento horas antes de ser morta.
Investigadores disseram que o veículo, com placa de Nova Iguaçu, já estava na porta da Casa das Pretas, quando a vereadora chegou. Ao vê-la desembarcar, um homem desceu do carro e falou ao celular. Marielle deixou o local aproximadamente duas horas mais tarde, ao lado da assessora e do motorista. O carro desconhecido também saiu e seguiu o automóvel conduzido por Anderson. Ainda segundo a polícia, em determinado momento do percurso, um segundo veículo entrou na perseguição. As imagens não foram divulgadas.
O disque-denúncia recebeu cerca de dez ligações até a noite de quinta (15) e uma testemunha que passava pelo local do crime prestou depoimento. Os detalhes já confirmados pela polícia são que o automóvel que transportava Marielle foi interpelado na altura da Praça da Bandeira, na Rua Joaquim Palhares, por um Chevrolet Cobalt prata.
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