Fernanda Chaves, assessora da vereadora Marielle Franco, mostrou o rosto em rede nacional pela primeira vez na semana em que se completa 1 ano do crime cometido contra a parlamentar e o motorista dela, Anderson Gomes. Fernanda estava no carro atingido por tiros.
No domingo (11), a jornalista falou ao Fantástico, da Rede Globo, e disse que não pretende mais preservar a identidade. Após o assassinato, ela estava escondida na Espanha e Itália por temores de novos ataques.
“Quero retomar a vida. Não faz sentido eu estar numa sombra, isso reforça a ideia de que sou uma testemunha ocular e tenho alguma informação privilegiada. Eu apenas ouvi uma rajada”, contou.
Ela classificou como ‘vergonha mundial’ a não solução do crime até agora. “Não é possível que a gente vá continuar passando essa vergonha no mundo, que é o que está acontecendo agora, de não responsabilizar ninguém por esse crime bárbaro”, disse.
Fernanda não soube identificar o motivo específico para a morte de Marielle, mas disse que a vereadora incomodava. Ela relatou que muitos não gostavam de compartilhar o mesmo espaço com uma mulher negra, lésbica e da favela.
“Ela era obviamente crítica à ação das milícias (…) Mas, institucionalmente, ela tinha uma limitação como vereadora. O mandato dela estava muito mais voltado para questões de gênero, de violência contra a mulher”, afirmou.