Há menos de dois meses, a então Secretária de Cultura do Governo Federal Regina Duarte deixou uma entrevista para o canal CNN Brasil antes do fim das perguntas. Visivelmente irritada pela cobrança sobre o posicionamento da pasta diante da morte de tantos artistas pela Covid-19, recusou-se a falar sobre o vídeo que a também atriz Maitê Proença havia postado nas redes sociais questionando Regina.
Para piorar, os minutos antes dessa cena foram repletos de declarações desastrosas da atriz. Quando o jornalista Daniel Adjuto a perguntou sobre o apoio a ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mesmo ele exaltando figuras da ditadura militar, Regina respondeu: “Se você falar ‘vida’, do lado tem morte. […] Sempre houve tortura, sempre houve… Stálin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Se a gente for ficar trazendo mortes, arrastando esse cemitério… Desculpe, mas eu não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas. Não desejo isso para ninguém. Sou leve, estou viva. Estamos vivos, vamos ficar vivos. Para quê olhar para trás?”.
Essa semana veio à público que, após a entrevista, Lygia Jobim, filha do ex-embaixador José Jobim, morto durante a ditadura militar, está processando Regina Duarte por apologia à ditadura. O processo foi protocolado no dia 17, no Rio de Janeiro. “Não estou ingressando essa ação civil apenas por mim, mas por todas as famílias das vítimas do regime militar. Em determinados momentos, ela minimiza as torturas, age com menosprezo e deboche. Esse tipo de discurso tenta demonizar as vítimas. Felizmente, esse não é o pensamento da grande maioria da classe artística”, disse Lygia à CNN Brasil.
Em tempos de isolamento, não se cobre tanto a ser produtiva