A antropóloga brasileira Debora Diniz acaba de receber o prêmio Dan David Prize por sua atuação na defesa da igualdade de gênero.
Professora da Universidade de Brasília, fundadora da organização Anis Instituto de Bioética e pesquisadora da Brown University, dos Estados Unidos, Debora está há anos na linha de frente do debate sobre os direitos reprodutivos das mulheres. Ela defende descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.
“É alentador saber que a luta pelo aborto no Brasil é central à igualdade no mundo”, disse a antropóloga no Twitter, comemorando o reconhecimento do Dan David Prize. Ela divide o prêmio com a com a professora indiana Gita Sen, que trabalha em favor da autonomia financeira das mulheres em seu país.
Debora também comemorou o fato de ser a segunda mulher latina laureada com o prêmio, que existe desde 2002. Essa honraria, oferecida pela Fundação Dan David, é focada no reconhecimento de pessoas que fazem a diferença nos campos científico, tecnológico, cultural ou social. Ele é separado em três categorias – Passado, Presente e Futuro – e cada uma delas dá foco a diferentes áreas de atuação, que mudam todos os anos.
Em 2020, a categoria Passado deu foco à Preservação Cultural, a Presente teve como tema a Igualdade de Gênero e a Futuro voltou-se à Inteligência Artificial. Mais do que uma honraria de reconhecimento global, o Dan David Prize destina um milhão de dólares a cada categoria – e a quantia é dividida entre os vencedores.
“Eu agradeço a cada uma das mulheres que eu conheci durante a minha carreira como pesquisadora”, diz Debora.
Em 2018, ela foi vencedora do Prêmio CLAUDIA na categoria Políticas Públicas e, nesse mesmo ano, precisou sair do Brasil, após receber ameaças de morte por conta de seu posicionamento em favor do aborto. Por conta disso, Debora não pode estar presente na cerimônia do Prêmio CLAUDIA.