Após longos 29 anos de homens e grupos sem gênero definido sendo eleitos, Angela Merkel foi escolhida pela revista Time como a Personalidade do Ano de 2015.
A chanceler alemã foi homenageada por sua liderança durante as crises da dívida europeia e da migração, bem como sua atuação diante da intervenção russa na Ucrânia.
Para a revista, Merkel tornou-se “uma peça indispensável” no controle da crise econômica europeia, liderando a resposta ocidental ao presidente Vladimir Putin sobre a crise na Ucrânia e as negociações com a Grécia. A publicação ressaltou ainda a postura de Merkel em relação a crise de refugiados. “No momento em que a maior parte do mundo estava mais envolvida em um debate furioso sobre segurança e liberdade, a chanceler pediu um grande acordo para a população alemã e, pelo seu exemplo, a todos nós”, afirmou a jornalista Nancy Gibbs.
Citada como a mulher mais poderosa do mundo, Angela é, oficialmente, a primeira mulher a receber o título de “Personalidade do Ano”. Isto porque a premiação, organizada pela publicação desde 1927, recebeu este nome apenas em 1999. Antes o prêmio se chamava “Homem do Ano”.
Isto mesmo. Em 1936, a socialite norte-americana Bessie Wallis Warfield foi eleita “Homem do Ano” quando recebeu o prêmio. Em 1952 foi a vez da Rainha Elizabeth II do Reino Unido.
A publicação concedeu um prêmio abstrato em 1975, homenageando as mulheres americanas, representadas na capa por Betty Ford, Carla Hills, Ella Grasso, Barbara Jordan, Susie Sharp, Jill Conway, Billie Jean King, Susan Brownmiller, Addie Wyatt, Kathleen Byerly, Carol Sutton eAlison Cheek.
Antes de Merkel, a última mulher a receber a honraria foi Corazon Aquino, em 1986. Ela foi presidente das Filipinas entre 1986 e 1992, atuando como líder do movimento que derrubou a ditadura de Ferdinand Marcos em seu país. Corazon foi a primeira mulher a ocupar a chefia de estado de um país asiático.
Na lista de 2015, a Time colocou outros nomes de peso após Merkel, entre eles, Abu Bakr al-Baghdadi, líder da milícia radical Estado Islâmico, o magnata e pré-candidato presidencial Donald Trump e o presidente do Irã, Hasan Rowhani.