A Justiça de São Paulo decidiu neste domingo (3) manter preso o ajudante geral Diego Ferreira de Novais, 27 anos, detido no sábado (2) por suspeita de crime sexual contra uma mulher em um ônibus, na região central da capital. O juiz Rodrigo Marzola Colombini entendeu que houve estupro e determinou que o acusado fique detido até as conclusões do inquérito policial.
A decisão foi proferida após audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste) e contou com a presença do magistrado, do Ministério Público (MP), e de Diego, que foi defendido por um defensor público.
Logo após a prisão, o delegado Rogério Nader pediu à justiça uma avaliação para atestar insanidade mental do acusado, que já cometeu ao menos 17 crimes semelhantes de 2010 para cá – entre eles, atos obscenos e importunação ofensiva ao pudor e estupros. Segundo o juiz Colombini, essa decisão caberá ao juiz que herdar o processo que ainda será aberto. O Ministério Público de São Paulo, no entanto, já se manifestou dizendo que Novais receberá o diagnóstico e tratamento médico adequados, já que possui sinais de patologia psiquiátrica, a fim de que ele não volte a delinquir.
Nader indiciou Novais por estupro consumado. Para ele, houve constrangimento e violência, pois vítima e testemunha disseram que ele agarrou com força a perna da vítima. Na quarta-feira passada (30), um dia depois de Novais ejacular no pescoço de outra mulher também em um ônibus, ele foi solto por ordem judicial.
A soltura repercutiu nas redes sociais com críticas à decisão, inclusive da própria vítima. Após a última prisão, no sábado, quando esfregou o pênis em uma passageira na região central, Diego foi novamente levado ao 78º Distrito Policial (DP), nos Jardins. Lá, a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva dele.
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Diego foi levado nesta manhã da cadeia por policiais para audiência de custódia no plantão judiciário do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital. Lá, ele foi ouvido pelo juiz e promotor.
Segundo o delegado Rogério de Camargo Nader, responsável pela área onde o crime aconteceu, Diego afirmou em depoimento informal à polícia que começou a praticar os crimes sexuais após sofrer uma batida de carro, em 2006. Segundo ele, o acidente o deixou dois meses internado e duas semanas em coma, e que, depois disso, passou a se sentir diferente. Em depoimento, Novais diz ter problemas e que necessita de tratamento.
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Ao juiz, mencionou já “ter ouvido vozes”. Por esse motivo, a privação de liberdade é “imperiosa”, disse o juiz. E concluiu: “Restando claro que, se permanecer solto, o indiciado voltará a praticar a conduta delitiva, como o fez num curtíssimo espaço de tempo”.