Um crime cometido há 37 anos uniu os esforços de seis irmãos em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Juntos, eles investigaram a morte da mãe, Pierina Carroro, assassinada em 25 de janeiro de 1982, em Quilombo, Santa Catarina. E chegaram à conclusão de que o culpado é ninguém menos que o próprio pai.
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Aos 78 anos, o homem vive na cidade mato-grossense com a segunda esposa, que era empregada da família quando a morte ocorreu. Até então, ele dizia que Pierina havia morrido em um assalto, história na qual os filhos nunca acreditaram completamente. Após a descoberta dos filhos, ele confessou e detalhou o assassinato à família. Contudo, não será preso pois, segundo a Polícia Civil, o crime prescreveu.
Em sua investigação, os irmãos conversaram com autoridades policiais envolvidas no caso na época do ocorrido, além de enfermeiras e outras testemunhas em Santa Catarina. Nessas conversas, ouviam que o pai havia matado a esposa e simulado um assalto.
Após meses de apuração, eles reuniram documentos, declarações e informações, que foram entregues ao delegado Daniel Nery nesta terça-feira (20). Também prestaram depoimento e registraram um boletim de ocorrência.
O assassinato
Ao G1, os irmãos contaram que “depois de três meses de investigação descobrimos que ele teve um caso extraconjugal há mais de dois anos com a empregada. A mãe descobriu e quis se separar. Ele a chantageou e ela contou [sobre a traição] aos irmãos e amigas”.
O homem então planejou uma viagem com a esposa até São Carlos. Eles saíram de casa de madrugada e ele levou consigo um revólver. No meio do trajeto, o marido fingiu que o pneu do carro havia furado. Após parar o carro, atingiu Pierina com uma pedrada na cabeça, arrastou seu corpo para a beira da estrada, atirou em seu peito e abandonou no local. Então jogou uma pedra no para-brisa para reforçar a versão do assalto.
No sábado (18), os filhos questionaram o pai sobre a verdade e ele contou tudo. “Ele confessou três vezes sem derramar uma lágrima. Ficamos aliviados, só queríamos a verdade e esclarecer o que aconteceu. Não tem justiça [que pague]”.
Como justificativa, o homem disse que a traição e o divórcio não seriam bem vistos pela sociedade da época. “Ele disse que ficaria ‘feio’. Ele só se preocupava com a imagem dele”, explicou a família.
Apesar da prescrição do homicídio, de acordo com o delegado, o boletim de ocorrência será encaminhado para a Polícia Civil catarinense, que decidirá se abre uma investigação sobre o caso.
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