A 33ª Bienal de São Paulo, que acontece até 9 de dezembro, vem surpreendendo o público. Com o tema ‘Afinidades afetivas’, ela foca na experiência individual do espectador e na apreciação das obras. O título foi escolhido pelo curador Gabriel Pérez-Barreiro, nomeado pela Fundação Bienal de São Paulo à produtor da mostra.
Porém, a exibição não surpreende só aí: dentro da curadoria, podemos contar com quatro curadoras que, além de exercer essa função, participam da programação como artistas.
Confira quem são:
Wura-Natasha Ogunji
Ela é americana, mas mora em Lagos, na Nigéria. Define-se como feminista desde os anos 1970 e tem como marca registrada os bordados em seus quadros. Wura-Natasha traz à Bienal o projeto Sempre, Nunca, para o qual convidou artistas mulheres que debatem – por meio de seus trabalhos, feitos especialmente para essa mostra – o corpo, as memórias e o significado dos gestos humanos. “Todas as obras demonstram um profundo sentimento de liberdade e experimentação”, diz.
Claudia Fontes
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A artista visual argentina explora diversos métodos de retratar a cultura da sociedade em contraponto ao meio ambiente. A exposiçãoO Pássaro Lento parte de um livro fictício homônimo. Ela questiona a relação do homem com o tempo, mostrando como somos influenciados por esse aspecto. “A ideia faz sentido nessa contemporaneidade, que tem sede pelo que é instantâneo, onde buscamos conquistar tão rapidamente os objetivos que não enxergamos o presente”, explica.
Os trabalhos dela e de seus artistas convidados fazem essa provocação para repensarmos nosso uso do tempo. Para Claudia, a participação dela e de tantas outras artistas em um evento desse porte é um marco. “Sinto-me responsável por incluir e propor um trabalho feminino em conjunto”, afirma.
Sofia Borges
A artista paulista comanda os participantes da mostra A Infinita História das Coisas ou o Fim da Tragédia do Um, que resgata uma gama de referências mitológicas. A ideia é que não haja separação entre os artistas, propondo um fluxo em que
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o espectador passe por várias atmosferas – além de ativações durante o evento.
Sofia vê na execução de um evento de grandes proporções como esse uma forma de luta pela equidade de gênero e pela diversidade. “A Bienal só é possível porque conta com a força de trabalho de centenas de mãos. E é importante enxergar esse esforço por um mundo mais igualitário – começando aqui dentro”, defende Sofia.
Karin Mamma-Anderson
Na mostra Stargazer II, a artista plástica sueca Karin Mamma-Andersson mergulha nas referências de ícones russos do século 15. Participar de uma curadoria agora não estava nos planos dela – sua primeira experiência foi em 2013, durante a exposição Stargazer, em Estocolmo –, mas aceitou o convite por estar em sintonia com os artistas escolhidos.
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“Eu me senti extremamente conectada”, diz. Karin é uma ativista incansável na luta pelos direitos das mulheres. Ela lamenta não termos tido as mesmas oportunidades que os homens ao longo dos séculos, mas defende que é preciso mudar essa situação. “Não devemos nos deixar afetar. Temos de nos manter fortes ou perdemos a coragem e o desejo. Sugiro ouvir as vozes positivas ao seu redor”, conclui.
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