Em uma disputa acirrada nas eleições norte-americanas, Hillary Clinton, do Partido Democrata, foi derrotada pelo adversário Donald Trump, do Partido Republicano, para ocupar a Casa Branca. Se tivesse saído vencedora, Hillary seria a primeira mulher presidente dos Estados Unidos em seus mais de 200 anos de história. Apesar de ainda não ocuparmos a chefia de Estado americano e de Trump já ter demonstrado em seus discursos que não respeita as mulheres e a diversidade, estas eleições garantiram algumas vitórias para esses grupos.
A ex-refugiada Ilhan Omar foi a primeira muçulmana somali eleita para o Legislativo
Ilhan Omar, 34 anos, nasceu na Somália e viveu em um campo de refugiados no Quênia até imigrar para os Estados Unidos, aos 12 anos. Ela é a primeira mulher muçulmana de origem somali a representar um estado na Câmara dos Deputados, tendo vencido em Minnesota pelo Partido Democrata. Representará um distrito de Minneapolis considerado diverso e liberal.
A deputada eleita adota pautas progressistas, defendendo políticas educacionais acessíveis, reforma da justiça criminal, igualdade econômica e investimentos em energia limpa. O primeiro projeto de lei a ser submetido por Omar deve ser uma proposta que exige o registro automático eleitoral dos cidadãos assim que completem 18 anos ou tirem carteira de motorista.
Omar declarou sobre sua candidatura: “Muitas vezes você é estimulado a ser tudo, menos audacioso, mas acho que foi importante para mim, competindo como uma jovem e como uma alguém que é muçulmana, refugiada e imigrante”.
Neta de um imigrante mexicano, Catherine Cortez Masto será a primeira senadora latina
Catherine Cortez Masto, 52 anos, foi eleita para o Senado pelo estado de Nevada, vencendo uma disputa apertada com o republicano Joe Heck. Cortez Masto é ex-procuradora geral de Nevada e neta de imigrante do México. Sua campanha foi apoiada de perto por nomes como Hillary Clinton e Barack Obama.
Nas redes sociais, Cortez Masto fez campanha em espanhol, buscando atingir os latinos. Ela se posiciona a favor da igualdade salarial entre homens e mulheres, do uso de energia limpa e de reformas nas normas de migração “como um caminho para a cidadania”.
De origem indiana e jamaicana, Kamala Harris será a segunda mulher negra no Senado
Kamala Harris, 52 anos, foi a primeira pessoa negra a ocupar o cargo da Procuradoria Geral da Califórnia. Cinco anos depois, ela está reforçando seu papel na história americana, sendo considerada a segunda mulher negra a ocupar uma cadeira no Senado. A primeira foi Carol Moseley Braun, de Illinois, que serviu entre 1993 e 1999. Kamala acaba de vencer a disputa contra Loretta Sanchez, também do partido Democrata.
Nasceu em Oakland, filha de uma cientista de herança indiana e um professor de economia jamaicano. Sua irmã mais nova, Maya, é advogada e foi conselheira da campanha de Hillary Clinton.
Ao atuar como promotora, Kamala se especializou em abuso infantil. “Trabalhei duro para proteger e ajudar crianças, e eu vi o que acontece quando nós não fazemos isso”, disse para a NBC News. “Eu desenvolvi um sentimento forte de que, como uma comunidade, nós temos a responsabilidade de nos certificar que toda criança está segura, saudável e tem acesso a uma educação de alto nível”.