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O que a moda masculina nos revela?

Desfiles apresentam códigos estéticos e narrativas que se conectam ao espírito do tempo — e apontam o caminho das grandes transformações na moda

Por Renata Brosina
10 ago 2025, 17h00
Para Renata Brosina, a moda masculina e a feminina andam em conjunto
Para Renata Brosina, a moda masculina e a feminina andam em conjunto (Reprodução/CLAUDIA)
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Um prelúdio. É assim que vejo a temporada masculina de prêt-à-porter. Mesmo com marcas unificando coleções às femininas — como Gucci, Bottega Veneta e Ferragamo —, sempre vi essa antecipação, ainda que involuntária, como parte de um movimento natural, moldado por uma visão macro traduzida em peças independentes de gênero. A moda acaba sendo a mesma para ambos os lados, refletindo o que surge de um no outro. Não em tradução literal, mas pelo Zeitgeist, o “espírito do momento”. Há impactos nos materiais — tema que renderia uma coluna à parte —, mas a moda é, afinal, uma ferramenta de comunicação (e tanto faz quem está usando tal roupa).

Antes mesmo de Raf Simons unir-se a Miuccia Prada, o masculino já funcionava como spoiler do feminino. Lembro do Inverno 2016 — minha coleção preferida —, quando um cenário de madeira serviu de palco às andarilhas que desfilavam peças ricas em detalhes: estampas de Christophe Chemin e adereços como cadernos, meias-calças com naipes de baralho e chapéus de marinheira. Semanas antes, os trajetos e visuais haviam sido quase idênticos, com adaptações masculinas; a narrativa era a mesma. A marca opera assim até hoje — talvez não na forma, mas no conteúdo. Mesmo que o pano de fundo se mantenha imaculado, como no verão 2026, as garotas Prada podem não usar chapéus envernizados nem vestir sobreposições de abrigos esportivos e alfaiataria neutra. Mas espera-se um styling que desconstrua a rigidez — assim como os mesmos tapetes florais espalhados pelo Deposito da Fondazione Prada.

A moda acaba sendo a mesma para ambos os lados, refletindo o que surge de um no outro.
A moda acaba sendo a mesma para ambos os lados, refletindo o que surge de um no outro. (Reprodução/Reprodução)

A poucos quilômetros dali, no Teatro Armani — projetado por Tadao Ando —, o contraste se revela nas propostas do Sr. Armani, que transitam entre a atemporalidade e elegância urbana, guiadas por suas paixões: diferentes culturas e os contrastes entre Ocidente e Oriente. Com adaptações aos públicos, claro: enquanto a Emporio Armani dialoga com a juventude, a linha de alta-costura flerta com a sofisticação.

Na primeira, o estilista revisitou formas e atitudes já presentes em suas criações. Inspirou-se em símbolos, cores e referências da cultura africana, resultando em peças leves, adornadas por motivos geométricos, texturas e trabalhos artesanais — jaquetas macias, calças largas e túnicas soltas, em crepes e linhos. A cartela percorre tons quentes de areia, terra vermelha, pitadas de violeta e padrões animais. Uma sugestão de fuga. Um convite à contemplação.

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Para o estilista, a ligação entre Ocidente e Oriente permanece, mas o tom muda; a leveza segue no auge — prova de que, pelas mãos do estilista, qualquer material alcança fluidez, como se acariciasse o corpo. Jaquetas transpassadas com gola xale trazem abotoamento baixo e comprimento curto; calças amplas com pregas em gota afunilam no tornozelo. À noite, o preto suaviza tudo. A paleta mistura tons de deserto, como o tradicional areia, azuis profundos, cinzas e toques de água-marinha, buganvília e ciclame. Há modelos femininos com gravatas e paletós, ou camisas estampadas que replicam os pares masculinos, mostrando que o conceito transita entre gêneros — como Armani provou ao lançar sua marca há cinquenta anos.

Em Paris, a estreia de Jonathan Anderson na linha feminina da Dior já teve gosto de deleite — ainda na temporada masculina. Ele é o primeiro a assumir as duas coleções, diferentemente dos antecessores, e já dá indícios de saber traduzir seu frescor irreverente — visto na Loewe e na J.W. Anderson — dando à maison um tom divertido, que transforma pilares tradicionais em peças comerciais que encantam qualquer pessoa, independentemente do gênero. Do acervo Dior, resgatou arquivos tipicamente femininos e os tornou hipnotizantes na passarela masculina. Para setembro, espera-se o mesmo humor com um toque de feminilidade — e, quem sabe, um novo olhar para o tailleur Bar? Apesar dos sinais, são apenas elementos que ajudam a imaginar o que vem aí. Mas prever o real futuro da maison? Somente através do tarô — algo que Monsieur Dior tanto amava.

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