Não é nenhum segredo que a indústria, como um todo, está vendo um movimento positivo em direção a mais diversidade. Se antigamente o termo “nude” evocava um meio-tom de bege, quando falamos de nu, agora, não há mais um tom específico – e inclusive, usar o termo nude no sentido “singular” chega a ser desatualizado, por remeter a um tom de pele de apenas uma parcela da sociedade.
O interesse nos nudes começou a aumentar em 2015, quando uma coleção de Kanye West para Yeezy abraçou uma verdadeira variedade de tons da cor. Em seguida, marcas como a Nubian Skin e Hanky Panky, ambas de lingerie, e até Christian Louboutin começaram a criar linhas de produtos especialmente para aumentar a diversidade em suas coleções – e a variedade de nudes foi o primeiro passo para isso. Porém, a importância de uma representatividade maior quando falamos do nude vai além da moda. A TruColour Bandages, por exemplo, é uma empresa especializada em curativos para todos os tons de pele, e seu slogan “Diversidade na Cura” mostra o compromisso com design inclusivo.
Ade Hassan, fundadora e diretora criativa da Nubian Skin, disse à WGSN: “Para a minha marca, nude significa realmente dar opções às mulheres de cor, que anteriormente foram excluídas da definição da indústria. Eu acredito que o nu como um tom ainda é geralmente considerado a cor padrão bege/blush, mas tem havido muitos progressos nos últimos anos, e ele está se tornando mais inclusivo”.
Quando perguntada sobre o que provocou essa nova direção, Hassan sente que foi uma das pioneiras em um grupo de marcas progressivas e globais. Ela continua a destacar: “marcas como nós fizeram um esforço consciente para mudar a definição muito estreita da palavra nude. A atenção que isso recebeu e o número de mulheres que começaram a falar sobre e a desafiar a norma ajudou a mudar a conversa. Nós colocamos muito esforço para fazer com que nossas peças fossem realmente ‘cor da pele’ de diferentes tonalidades”.
As mídias sociais, principalmente o Instagram, também tiveram um papel importante para garantir que este tema tenha passado de um assunto para a minoria para uma questão dominante. Além dos movimentos Self-Love e Body Positivity, vemos hashtags como #MelaninQueens (Rainhas da Melanina) trending em todas as plataformas, criando comunidades digitais que celebram a diversidade.
Na medida em que caminhamos para um mundo mais multicultural, é importante que as marcas entendam a abrangência do termo “nude”, e como isso reflete uma mudança estrutural necessária na indústria.