Desde fevereiro, quando a Prada anunciou a entrada de Raf Simons para seu time de criação, o mundo da moda já sabia que a estilista Miuccia Prada já não seria mais a única diretora criativa da grife italiana. As expectativas para sua última coleção solo, portanto, eram altas e ficaram ainda mais após a pandemia do coronavírus e a súbita necessidade de readequar os desfiles para a nova realidade.
Como muitas marcas, a Prada optou pela via digital, apresentando sua coleção masculina de primavera-verão no formato de um filme de 11 minutos chamado “O show que nunca aconteceu”, uma clara referência ao cancelamento das versões presenciais dos desfiles de moda. Dividido em cinco capítulos, o curta foi filmado pelos fotógrafos Terence Nance, Joanna Piotrowska, Martine Syms, Juergen Teller e Willy Vanderperre. A ideia era simular as experiências sentidas por um espectador de um desfile.
“Eles ecoam inerentemente e fundamentalmente o desfile de moda tradicional, onde cada observador tem seu próprio ponto de vista físico e ideológico da coleção, suas próprias opiniões, suas próprias observações”, disse a grife em release à imprensa. Sobre a coleção em si, a Prada explicou se tratar de um radicalismo encontrado na pureza, uma “simplicidade com complexidade, e ainda assim um antídoto para complicações inúteis em precisão e franqueza.”
Para a fotógrafa alemã Juergen Teller, foi uma honra ser convidada para registrar a última coleção de Miuccia. “Achei que os homens e as mulheres pareciam lindos, elegantes e modernos. Gostei de olhar a visão dela e tentar entendê-la da maneira mais honesta e direta possível.”
Não como um adeus, mas sim como um até logo, o filme termina com a reverência e sorriso singelos da estilista. Da próxima vez, a veremos acompanhada de Simons. E mal podemos esperar para ver o que a dupla irá preparar.
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