Nesta terça-feira (29), uma ilustração forte está começando a ganhar visibilidade no Instagram. Ela foi feita pela dona da página ‘Imagine e Desenhe’, Bruna Bandeira, e traz uma sequência de desenhos que relatam uma denúncia feita pela mãe Cláudia Benincasa Fernandes. Segundo ela, o filho de 17 anos foi vítima de racismo na loja da Zara do Shopping Ibirapuera. Os desenhos deram o pontapé inicial ao movimento: #TireORacismodaVitrine.
Cláudia procurou por Bruna na tentativa de contar o que havia acontecido com o filho em uma ida ao shopping da zona sul de São Paulo, e conseguir reforços para dar atenção ao caso. Segundo ela, o filho foi abordado enquanto provava roupas, sob a suspeita de que ele teria a intenção de roubar algo.
“Eu sempre te orientei: olha, quando o segurança te chamar porque vai te levar para tal canto, não, não saia de onde você está. Ele não saiu, ele foi para o corredor do shopping. E no corredor do shopping passou uma senhora falando: ‘Isso mesmo. Vocês têm que zelar pela segurança do nosso bairro’, como se o meu filho fosse ladrão. Passaram adolescentes, que estudavam nas duas escolas que ele estudou lá em Moema e ele morrendo de vergonha. Foram três mulheres da Zara: a gerente e duas vendedoras, que viram ele de cueca dentro do vestiário”, relatou Cláudia em uma sequência de áudios enviados para Bruna e colocados em um destaque no perfil da ilustradora.
Junto com os áudios, Cláudia escreveu uma mensagem dizendo que já está com o processo judicial aberto contra a Zara, mas que a rede não está colaborando para a obtenção de informações sobre o caso.
Há seis dias, Cláudia havia postado uma foto do filho, com um depoimento apontando a descriminação sofrida por ele e uma rápida reflexão sobre como pessoas negras são subestimadas – especialmente quanto à capacidade de compra.
“O dinheiro pode camuflar até um certo ponto o racismo, mas ele existe e está escancarado para quem quiser enxergar. Acham que negro/pardo quando não tem condições para se vestir bem, não tem capacidade para ocupar um cargo de liderança, não tem como conquistar tal coisa. É isso que muitos acham, infelizmente! […] O que meu filho passou foi inescrupuloso. O afetou emocionalmente, socialmente. Ele foi discriminado e humilhando por funcionários da Zara e do Shopping Ibirapuera. Não devemos nos calar, não devemos deixar quieto. Chegaaaa”, escreveu Cláudia.
No Instagram brasileiro da Zara, internautas estão usando a última publicação da marca para publicar a hashtag #tireoracismodavitrine nos comentários, em um movimento de defesa ao filho de Cláudia.
https://www.instagram.com/p/B29GReElMmK/