Nas últimas passarelas, postagens do Instagram e até mesmo matérias de revistas, muito foi dito sobre o quiet luxury, a estética do luxo silencioso. Do outro lado da moda, entretanto, caminha um grupo cada vez maior: fashionistas dispostos a entrar no jeito kitsch de se vestir. Eles não querem discrição, querem sentimentalismo exagerado e puro melodrama. Para isso, apostam no maximalismo, brincando com misturas, sem intenção de combinar nada.
A origem do kitsch é marcada nos anos 1860, mas a popularização veio no século seguinte, com o uso do termo para descrever objetos de mau gosto ‒ na época, tudo que remetesse à arte popular. Só em 2015, momento em que Alessandro Michele assume o comando da Gucci, o estilo ganha um lado positivo, sendo considerado uma expressão artística.
“É uma ornamentação completamente exagerada e excêntrica, que abusa do uso de enfeites e detalhes bem elaborados, com foco no público amplo, por ser uma estética popular e democrática”, diz o empresário e modelo Gustavo Fellipe.
Como tudo na moda, é também reflexo da sociedade: “o kitsch manifesta a cultura de consumo em massa”. Não à toa, tem ganhado força justamente na era da gratificação instantânea, das redes sociais e dos estímulos. “Uma questão importante é que ele é corriqueiramente relacionado a produtos baratos, que são amplamente disponíveis, por isso é mais acessível do que o quiet luxury.”
Para quem deseja entrar na estética, a dica é fugir do padrão. “Abuse das cores vibrantes nos seus looks, use estampas exageradas, que chamam a atenção mesmo. Misture os estilos, não fique com medo de tentar combinar peças. Essa moda é muito democrática, não tem motivo para ter esse receio. Gosto de dizer que o que vale é a atitude. Tudo que te fará ficar mais fora do padrão, é válido”, termina Gustavo.
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